Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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A ousadia de monitorar os acidentes e violências em unidades sentinelas: resultados do VIVA inquérito 2011
Jamila Ferreira Miranda dos Santos, Silvana Caetano, Marina Carvalho, Caio Ribeiro

Resumo


Introdução: Os dados referentes às causas externas no Brasil provém do SIM – Sistemas de Informação de Mortalidade e do SIH – Sistema de Informações Hospitalares.A análise das causas externas por estes dois sistemas possui limitações: só é possível avaliar as internações e lesões fatais,não sendo possível mensurar os casos de menor gravidade. Neste contexto, o Ministério da Saúde realiza desde 2006 o VIVA inquérito, que faz parte do Sistema de Violências e Acidentes (VIVA), correspondendo ao componente II.Objetivo: Apresentar os resultados preliminares do VIVA inquérito 2011 para o município do Rio de Janeiro.Metodologia: Estudo transversal, dados coletados em 30 dias durante o mês de setembro de 2011 em turnos 12 horas escolhidos mediante a sorteio probabilístico. Realizado em serviços urgência e emergência no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).O formulário utilizado para a coleta de dados foi elaborado pela Coordenação de Vigilância de Doenças e Agravos não Transmissíveis (CGDANT/MS).Participaram 6 unidades de urgência de emergência: Hospital Municipal Souza Aguiar,Hospital Municipal Miguel Couto,Hospital Municipal Salgado Filho,Hospital Municipal Lourenço Jorge,Hospital Estadual Getúlio Vargas e Hospital Estadual Rocha Faria. Resultados: Foram realizadas 2332 entrevistas, sendo 2120 (90,9%) vítimas de acidentes e 212 (9,1%) vítimas de violências. A maioria dos atendidos eram do sexo masculino 57,5%.Com relação à raça cor 47,7% das vítimas era de cor parda. 39,2% das vítimas utilizou o transporte coletivo para chegar ao hospital. 35,2% dos eventos ocorreram na residência e,32,2% ocorreram em via pública. As quedas motivaram grande parte dos atendimentos (38%).Os condutores foram as maiores vítimas dos acidentes de transporte (45,8%). Dentre os entrevistados 8,1% referiram uso de bebida alcoólica.A maioria dos entrevistados (87,9%) teve alta nas 24 horas após o atendimento.Conclusão: Mesmo sendo um sistema novo de monitoramento,o VIVA ajuda ampliar as informações atuais sobre causas externas,mostrando a importância da estruturação da vigilância dos acidentes e violências em serviços de urgência e emergência.Tais informações são importantes na implementação de ações de prevenção e controle dos acidentes e violência,na avaliação das ações implementadas e no melhor planejamento dos recursos e serviços,articulados intra e intersetorialmente.