Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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Identificação do primeiro foco urbano de leishmaniose visceral canina autóctone na cidade do Rio de Janeiro-RJ, Brasil
Cecília de Matos Kleske, Luiz Claudio de Souza Abboud, Maria Luisa Marinho de Noronha, Glauco Vieira de Melo Vieira de Melo, Myrian Cristina Costa

Resumo


A leishmaniose visceral é uma doença parasitária compartilhada por animais e humanos. É causada causada pelo protozoário Leishmania chagasi. Seu principal vetor é o flebotomíneo Lutzomyia longipalpis. Em maio de 2011, um canino, fêmea, sem raça definida, de sete anos, nascido e criado em um cemitério no bairro do Caju, área urbana do município do Rio de Janeiro, deu entrada na Unidade de Diagnóstico, Vigilância, Fiscalização Sanitária e Medicina Veterinária Jorge Vaitsman para consulta médica apresentando emagrecimento, apatia, crescimento excessivo das unhas e distensão abdominal. Foram realizados exames sorológicos (RIFI) (o título encontrado foi de 1: 640), e parasitológicos (punção de linfonodo, de medula óssea e imprint de pele, tendo todos os resultados confirmado a suspeita clínica com a visualização da forma amastigota do parasito). Posteriormente, 23 outros animais abrigados no mesmo canil foram testados sorologicamente revelando mais 22 casos soro reagentes. Foi solicitado o apoio do Laboratório de Pesquisa Clínica em Dermatozoonoses em Animais Domésticos/IPEC/FIOCRUZ, que identificou a espécie do parasito. No canil do cemitério, com emprego de armadilhas entomológicas, a Assessoria Técnica do Gerenciamento de Fatores de Risco Biológico do Programa de Vigilância Epidemiológica em Leishmanioses da SMSDC encontrou machos e fêmeas do vetor. A LV, que primariamente foi descrita como doença de caráter rural, vem se propagando por centros urbanos, sendo uma endemia em franca expansão geográfica. Tornou-se problema de saúde pública no país. A atuação da UJV foi de extrema relevância no diagnóstico e na identificação do primeiro foco urbano e autóctone da leishmaniose visceral no município do Rio. A unidade mais uma vez demonstrou sua importância como instituição sentinela de zoonoses de interesse em saúde pública. Ainda, foi a partir da notificação do agravo pela UJV, que se mobilizaram a S/SUBVISA/Superintendência Vigilância e Fiscalização Sanitária em Zoonoses, através da Unidade Paulo Dacorso Filho, e as Vigilâncias Epidemiológicas e Ambientais do município e do estado para delimitar e controlar este foco de LV.