Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA INFLUENZA H1N1 E SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE NO PIAUÍ NOS ANOS DE 2009 E 2010
André Fonseca Nunes, Manoel Guedes Almeida, Tayná Maria Gonçalves Varão Silva, José Ivo dos Santos Pedrosa

Resumo


INTRODUÇÃO Em 2009, após a declaração de transmissão sustentada de influenza H1N1 no Brasil, o Ministério da Saúde (MS) passou a monitorar apenas os casos de óbitos e Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Devido ao estágio de transmissão sustentada, suspendeu-se a notificação compulsória e investigação de casos leves ou suspeitos de influenza A H1N1, mas o MS mantém a exigência de notificação e pesquisa em casos de SRAG, haja vista sua potencial letalidade, sobretudo quando se associam enfermidades crônico-degenerativas ou imunodepressoras. Todavia, o caso piauiense é peculiar por sua estrutura sócio-cultural e administrativa que eventualmente levam à sub-notificação de casos. OBJETIVOS Abordar a epidemiologia da influenza A H1N1 e Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) dela decorrente no e inseri-los no contexto epidemiológico nacional. MÉTODOS Pesquisa documental retrospectiva nas bases de dados DATASUS, RBE, BVS através dos descritores fixos Influenza, SRAG e H1N1 no Piauí e Brasil para 2009 e 2010 quanto às categorias Prevalência, Incidência, mortalidade e grupos de risco. RESULTADOS No período considerado, foram confirmados N = 99 casos de Influenza A H1N1 no Piauí e 56,57% (n = 56) de SRAG, com apenas 1,01% (n=1) óbito por influenza associada a SRAG em gestante. Foram registrados 4 óbitos, dos quais apenas um estava associado a SRAG. O número de casos por faixa etária se mantém estável até o intervalo de 10 a 29 anos, que representa 62,63% (n=62) dos diagnósticos. A prevalência no sexo feminino (54,54%) é 20 vezes maior do que no sexto masculino (45,45%). Apenas 6 casos (6,06%) foram confirmados em gestantes. Apesar disso, a região Nordeste na qual o Estado se insere apresenta taxa de incidência de 23,8%, cerca de metade da incidência nacional, o que incita suspeitas quanto à sub-notificação. CONCLUSÃO No Piauí, a epidemiologia da influenza A H1N1 e SRAG destoa da de outros Estados quanto à taxa de incidência, que é a menor do país. Apesar disso, características comuns de transmissividade se mantém. Essas discrepâncias se justificam por possível sub-notificação, características sócio-culturais do Estado e por uma rede de cuidado e vigilância epidemiológica que se estabeleceram desde os primeiros casos notificados. Desse modo, fazem-se imperativas maiores pesquisas sobre a sub-notificação dessas doenças no Piauí, principal entrave à elaboração de políticas públicas de intervenção por turvar a realidade epidemiológica local.