Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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VIGILÂNCIA DOS ÓBITOS MATERNOS, INFANTIS E FETAIS NA ÁREA PROGRAMÁTICA 5.1: A CONSTRUÇÃO DO CUIDADO A PARTIR DA IMPLANTAÇÃO DA COMISSÃO DE CONTROLE DA MORTALIDADE, MUNICIPIO DO RIO DE JANEIRO, BRASIL/BR.
Mara Lucia Costa, Márcia Henriques Teixeira, Marilon Rodrigues Sá, Márcia Claudia Bandeira

Resumo


INTRODUÇÃO: No Brasil, a organização da vigilância epidemiológica dos óbitos maternos, infantis e fetais é apontada como uma ação estratégica para o alcance dos objetivos de ações articuladas entre vigilância e cuidado. OBJETIVO: Apresentar os resultados das investigações dos óbitos e da comissão de controle da mortalidade materno infantil na área programática 5.1 do Município do Rio de Janeiro (MRJ) nos anos 2010 e 2011. MÉTODO: Em 2008, a descentralização das investigações dos óbitos no MRJ possibilitou a investigação das mortes ocorridas em sua área segundo grupos específicos, como óbitos fetais, crianças menores de 1 ano e mulheres em idade fértil. Para o ano de 2010 foram estabelecidas algumas metas para a investigação dos óbitos desses grupos: óbitos fetais serão investigados 50% dos casos priorizando os fetos com peso maior 1500g e causas de origem materna; 50% dos óbitos em menores de 1 ano por sífilis congênita, pneumonia e diarréia; 100% dos óbitos ocorridos no momento da gravidez, parto e puerpério; e 75% dos óbitos em mulheres em idade fértil (MIF). Em 2011, essas metas foram acrescidas de 5% para cada critério. A vigilância em saúde e assistência mobilizaram seus parceiros locais, unidades de saúde da família, unidades privadas, públicas e militares na busca ativa da investigação dos óbitos e na organização de comissão regional. Nessa comissão, são selecionados os casos específicos para discussão da assistência. RESULTADOS: Em 2010, foram investigadas 271 óbitos de MIF (91,9%), 98 de menores de 1 ano (77,8%) e 74 de fetais (86,0%). Em 2011, 244 óbitos de MIF (79,2%), 117 de menores de 1 ano (82,4%) e 67 de fetais (85,9%). Em 2010 foram realizadas 7 reuniões enquanto que em 2011 ocorreram 5 reuniões, sendo 16 óbitos analisados. Desses, 6 óbitos maternos, 7 fetais e 3 menores de 1 ano. Após a análise desses óbitos, todas as causas foram consideradas evitáveis. As recomendações geradas foram encaminhadas para cada estabelecimento em que ocorreu o óbito a fim de rever fluxos e protocolos de atendimento. CONCLUSÃO: O processo de trabalho organizado na área programática 5.1 possibilita a integração da vigilância e cuidado, sensibilizando os profissionais e os serviços de saúde para uma atitude de vigilância a fim de enfrentar o desafio de reduzir a mortalidade materna e infantil na área.