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As mulheres em situação de violência conjugal vivenciam situações que, por muitas vezes, se configuram como estímulos para denunciarem os agressores que sejam seus cônjuges ou ex-cônjuges. Estes estímulos, na maioria das vezes, são pouco visibilizados, na sua magnitude, na convivência com o autor das agressões, mas num determinado momento, a mulher reconhece estes agravos para a sua vida e passam a tê-los como algo que impele à ação. Qualquer forma de agressão pode ser desencadeadora para a denúncia do agressor, seja ela de qualquer natureza, física, psicológica, moral, patrimonial. O estímulo da mulher para agir numa determinada situação varia com a vivência de cada mulher ao longo da vida. Depende do valor dado aos acontecimentos no relacionamento íntimo ou se for o caso, das vivências dos relacionamentos passados. Ela pode passar um longo período planejando o momento oportuno para denunciar ou pode agir numa determinada ocasião de pressão emocional. Desta forma, não se configura como estímulo para a denúncia, apenas uma ação ocorrida isoladamente, mas o valor atribuído para tal, juntamente com o acúmulo de outras situações que antecederam àquele fato. A partir do momento que vivenciar os fatos se torna insuportável, as mulheres refletem sobre a possibilidade de sair da situação de violência e, segundo uma simbologia de combate à violência contra a mulher e pela atividade de repressão policial, a denúncia na DEAM se torna um instrumento para a tentativa de desfecho das situações abusivas no relacionamento íntimo. Na maioria das vezes, as mulheres não denunciam com a primeira agressão. O empurrão, o tapa no rosto e o murro foram ações executadas pelo agressor que incitaram a mulher a realizar a denúncia. A agressão física ao rosto representa uma das formas de demonstrar poder na relação e deteriorar a imagem da mulher. As vivências destes tipos de agressões culminam posteriormente na denúncia, não de forma pontual, mas de acordo com um significado atribuído a fatos anteriores e que no momento oportuno, desencadeou a concretização da denúncia na DEAM. As agressões dirigidas para a mulher dificilmente vêm de forma isolada, mas sempre acompanhadas de outras formas de violência. Quando a mulher já está sendo agredida fisicamente, a violência psicológica e moral acompanham a evolução das agressões no relacionamento íntimo.