Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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Tentativa de suicídio por mulheres: representações sociais de médicos(as), enfermeiras(os) e técnicas(os) de enfermagem.
Simone Santos Souza, Normélia Maria Freire Diniz, Nadirlene Pereira Gomes, Edleide de Almeida Xavier, Ilana de Souza Florêncio

Resumo


Estudo descritivo e exploratório, com abordagem qualitativa, tendo como eixo teórico a Teoria das Representações Sociais. A pesquisa teve como objetivo analisar as representações sociais de médicos, enfermeiras e técnicos de enfermagem sobre tentativa de suicídio por mulheres. Os sujeitos foram constituídos por 70 profissionais e teve como lócus uma unidade de emergência adulta de um hospital geral público de grande porte, em Salvador/BA. Como técnica de coleta de dados, utilizou-se: Teste de Associação Livre de Palavras (TALP) e entrevista. Foram considerados os aspectos éticos recomendados pela Resolução 196/96 do CNS. Os dados provenientes do TALP foram organizados no Excell e processados através do software EVOC 2005 e os advindos das entrevistas foram organizados com base na análise temática de Bardin. Os sujeitos foram 11 médicos(as), 27 enfermeiras(os) e 32 técnicas(os) de enfermagem, caracterizando-se, majoritariamente, por profissionais do sexo feminino, jovens, solteiras, formadas há mais de 5 anos e trabalhando no lócus do estudo há pelo menos 4 anos. No que se refere a abordagem do tema suicídio, apenas 37,1% dos profissionais relataram ter presenciado alguma aula a respeito do tema na graduação ou durante a formação técnica e todos afirmaram não ter tido conhecimento sobre alguma sensibilização do tema no serviço. A estrutura das representações sociais dos profissionais acerca a tentativa de suicídio encontra-se sustentada pelos elementos do núcleo central que dizem respeito aos fatores que vulnerabilizam a mulher ao ato suicida (depressão, falta de fé, desespero, baixa auto-estima, problemas econômicos, tristeza, angústia, solidão e morte) e pelos elementos do sistema periférico, nos quais o termo “doença” guarda relação com o termo “depressão”, o termo “medo” diz respeito ao receio que o profissional de saúde tem em abordar uma mulher que buscou sua auto-destruição e o termo “sofrimento” aparece como um motivo, pois para os profissionais, a morte representa para aquela mulher uma forma de sair daquela tristeza. A postura estigmatizante do profissional de saúde em relação às mulheres que tentaram suicídio norteia a assistência, sendo necessária uma desconstrução desse esteriótipo, para uma melhor compreensão acerca dos fenômenos que envolvem a tentativa de suicídio.