Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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Trabalhando na reconstrução do conceito de violência contra a mulher
Lisie Alende Prates, Fernando Gomes Ceccon, Jussara Mendes Lipinski

Resumo


Caracterização do problema: A violência contra a mulher vem se destacando como uma das principais áreas temáticas dos estudos feministas no Brasil. Considerada um problema histórico, social e mundial, que se estende praticamente a todas as classes sociais, culturas e sociedade, a violência consiste em um fenômeno complexo, que pode ser desencadeado por vários fatores e pode se manifestar de várias formas. Descrição da experiência: Trata-se de um relato de experiência vivenciada durante a oficina denominada “Violência contra mulher: o que se vê e o que se vive”, realizada em outubro de 2011. O objetivo da oficina era propor a reflexão sobre as situações cotidianas de violência contra a mulher e suas repercussões para a saúde da mesma. A atividade foi realizada com discentes e docentes de diferentes cursos, os quais totalizaram 30 participantes. Entre as dinâmicas propostas, foi sugerido, ao início da oficina, que os participantes se apresentassem e dissessem o que consideravam ser violência contra a mulher. Após a exposição dos conceitos de violência pelo grupo, foram mencionadas outras formas de violência não citadas durante as apresentações. Efeitos alcançados: A partir das apresentações, verificamos que muitas formas de violência não foram identificadas. A violência física e a violência sexual foram os tipos de violência mais citados e exemplificados. No entanto, estas formas de violência não se reproduzem isoladamente, muitas vezes se apresentam acompanhadas de outros tipos (de gênero, doméstica, financeira, intra-familiar, institucional, entre outras). E embora algumas destas não impliquem em marcas físicas na mulher, podem determinar marcas psicológicas, difíceis de curar. Acreditamos que a oficina oportunizou um espaço de reflexão, discussão e a troca de saberes entre os participantes, fazendo com que estes pudessem iniciar um processo de reconstrução conceitual acerca do que entendem por violência. Recomendações: Durante a oficina, identificou-se a necessidade de informar a população sobre os tipos de violência, assim como também sobre os direitos das vítimas e os serviços de apoio existentes. Ressaltou-se também a importância de dar maior visibilidade e atenção as situações que muitas vezes tem sido banalizadas, entendendo que é possível mudar as relações de exercício de poder entre mulheres e homens. Referências BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Violência intrafamiliar: orientações para prática em serviço / Secretaria de Políticas de Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde, 2001. SILVA, L. L.; COELHO, E. B. S.; CAPONI, S. N. C. Violência silenciosa: violência psicológica como condição da violência física doméstica. Interface, v. 11, n. 21, p. 93-103, 2007.