Tamanho da fonte: 

CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA: Segundo Vieira (1998), tradicionalmente, cabe ao Estado o papel preponderante e ativo na resolução das crises que afetam a humanidade. Ao mercado é creditada a função de regulação da estrutura de produção de bens. A sociedade civil é vista, comumente, atuando numa óptica apenas contestatória, assumindo, assim, uma posição coadjuvante no processo histórico. Entretanto, há nova ordem mundial que se delineia a partir de uma mudança estrutural no padrão de relação dessas três esferas. A sociedade civil, cada vez mais, em função da magnitude da crise, da total incapacidade de resolução desta por parte do Estado e da impossibilidade de regulação do mercado, desloca-se gradativamente, de um papel coadjuvante, para o de protagonista da cena histórica. DESCRIÇÃO DA ESPERIÊNCIA: O apropriamento do território por parte de novas categorias (Assistente Social, Psicóloga, Fisioterapeuta e Educadora Física), se deu numa construção participativa da população em questão, onde se permitiu construir um espaço reflexivo, aflorando na comunidade a força política que cada um traz dentro de si. Deu-se através de um contato direto com a comunidade tendo como fortes parceiros nesse processo os Agentes Comunitários de Saúde, utilizando de técnicas como: visitas domiciliares e institucionais, realização de grupos com técnicas lúdicas e rodas de conversas. Utilizou-se os equipamentos sociais já existentes na comunidade (escolas, sindicatos, associações, Centro de Saúde da Família). EFEITOS ALCANÇADOS: Percebeu-se no início do processo um adormecimento da participação popular que se encontrava inserida num ambiente permeado de conflitos, descrença nas ações públicas, dificuldades sócio-econômicas, adoecimento físico, psíquico e falta de perspectiva futura. As mudanças para transformar essas realidades vivenciadas foram pactuadas dentro da própria comunidade, onde estes por sua vez passaram a ser atores sociais passíveis de transformar toda e qualquer realidade existente, desmistificando a atuação exclusiva dos representantes locais e da equipe de saúde. Frente à realização do trabalho, a comunidade começou a perceber suas potencialidades de enfrentamento das problemáticas vivenciadas por aquele território. RECOMENDAÇÕES: Pôde-se fortalecer a participação popular nos conselhos locais; o afloramento das potencialidades da comunidade; um aumento do vínculo da comunidade com a equipe de saúde e a inserção da população na garantia dos seus direitos.