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A violência é um fenômeno social que nas últimas décadas vem desafiando a contemporaneidade, sobretudo a parcela da população compreendida na faixa etária dos 15 aos 29 anos, onde se concentram os maiores casos de homicídio no Brasil. Os números da violência estão diretamente ligados a outros dados como a desigualdade social, as altas taxas de pobreza, o tráfico de drogas e, em contraposição, há um déficit de políticas públicas voltadas para essa faixa etária. Cabe salientar que a violência não ocorre de forma homogênea: jovens negros, do sexo masculino, com idade entre 15 e 24 anos de baixa escolaridade e empobrecidos são as vítimas preferenciais da violência. Tal situação traz implicações diretas para o sistema público de saúde, que todos os anos emprega grande parte dos seus recursos no tratamento, recuperação e reabilitação dessas vítimas. No ano de 2008, delegados presentes na 15ª Assembléia Nacional das Pastorais da Juventude do Brasil, propõem a Campanha Nacional Contra a Violência e Extermínio de Jovens, a fim de fomentar a formação política e o trabalho de base, ações de massa e divulgação, além do monitoramento da mídia com o intuito de denunciar a violação dos direitos humanos. Com o objetivo de unir forças na defesa da vida da juventude, vários outros movimentos sociais estão se juntando como parceiros da Campanha. Em se tratando do Espírito Santo, pesquisas o apontam como segundo estado com o maior índice de homicídios no país, atingindo de forma substancial a juventude. Nesse sentido, consoante aos objetivos da Campanha Nacional, a Pastoral da Juventude Capixaba convidou outros movimentos ligados a juventude para realizar os desdobramentos da campanha no estado. O processo envolveu a realização de seminários de formação e debate, bem como uma ampla discussão disseminada nos vários grupos de base da pastoral da juventude. O coletivo da Campanha protagonizou uma grande marcha na cidade de Vitória no dia 31 de outubro de 2011, onde cerca de 70 mil pessoas se reuniram em um ato público. Neste dia entregaram ao Governador um documento contendo uma análise da violência no estado, apresentando a necessidade urgente de implementação de políticas públicas para a juventude e do conselho estadual de juventude. A partir desse momento, o coletivo da Campanha se mobilizou para a construção de um grupo de trabalho sobre o tema e está acompanhando o processo. Dessa forma evidenciou-se mais uma vez o caráter catalisador de mudanças dos movimentos sociais.