Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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FRAGILIDADES E DESAFIOS DO CONTROLE SOCIAL NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
Fabiana Sales Vitoriano Uchoa, Lucia Conde de Oliveira

Resumo


Introdução: A proposta da Estratégia Saúde da Família (ESF) prevê a participação da comunidade, em parceria com os profissionais de saúde na identificação das causas dos problemas de saúde, na definição de prioridades, no acompanhamento da avaliação de todo trabalho. Essa é uma estratégia importante para que as pessoas adquiram consciência de que podem tomar a iniciativa, como sujeitos e não apenas “pacientes” capazes de elaborar projetos próprios de desenvolvimento, tanto em nível individual como coletivo. O debate sobre controle social que queremos revelar no estudo, está sendo construído a partir do desenvolvimento do projeto de pesquisa - Participação Popular na Estratégia Saúde da Família - junto ao Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde – PET-Saúde na Universidade Estadual do Ceará – UECE implementada desde setembro/2009. Objetivo: apreender o exercício do controle social na ESF através dos Conselhos Locais de Saúde. Método: É de natureza crítica e reflexiva e do tipo qualitativo, por ser coerente com o objeto de estudo e sua contextualização, buscando um contato mais aprofundado com os diversos saberes e percepções dos sujeitos envolvidos nesta conjuntura. Os sujeitos da pesquisa foram os profissionais de saúde de quatro Unidades Básicas de Saúde da Regional IV no Município de Fortaleza. Para coleta de dados utilizou-se o grupo focal e a pesquisa participante. Na análise confrontamos o material empírico com o referencial teórico do estudo e problematizando esses elementos com a fala dos sujeitos da pesquisa. Resultados: Percebeu-se nas falas dos profissionais, o alto nível de passividade em relação a estratégias de mobilização para efetivação do controle social. Constatamos fragilidades na articulação política, disputas de interesses individuais sobrepondo-se aos coletivos e falta de credibilidade no Conselho Local de Saúde como espaço de representação da comunidade. Conclusão: Neste contexto, percebemos que as fragilidades apresentadas precisam ser trabalhadas na busca de uma participação plena capaz de tomar decisões que fomentem o processo de transformação do SUS e da sociedade. Reflexões sobre o controle social possibilitam avanços, desde que essas pesquisas não se restrinjam a meras elaborações teóricas, mas que busquem na prática ações resolutivas. Neste sentido estamos realizando um plano de ação com oficinas educativas para fomentar o controle social no território das equipes de saúde da família.