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Introdução: A Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS) foi instituída no Brasil em 2004 e revisada em 2007 com a aprovação da Portaria no 1.996/07, a qual estabeleceu que a condução da PNEPS ocorresse por meio das Comissões Intergestores Regionais (CIR), com o apoio das Comissões Permanentes de Integração Ensino-Serviço (CIES). As CIES são formadas por representantes da gestão, atenção, ensino e controle social, e trabalham com o conceito pedagógico da Educação Permanente em Saúde (EPS). Logo, teoricamente, deveria estimular nos participantes a incorporação da pedagogia da implicação defendida por Emerson Merhy. Objetivo: Analisar a participação e o envolvimento dos sujeitos sociais em duas CIES do Estado de Santa Catarina/Brasil. Metodologia: Estudo qualitativo, do tipo participante, desenvolvido através da adequação da Investigação Temática elaborada por Paulo Freire. A investigação foi aprovada no Comitê de Ética da SES/SC e ocorreu de maio-dezembro/2009. Envolveu 56 membros de duas CIES que compuseram dois círculos de investigação temática e participaram das etapas: levantamento dos temas geradores, codificação, decodificação e desvelamento crítico da realidade. A observação participante e o diálogo foram às técnicas de coleta de informações. A análise ocorreu de forma dialógica concomitante à coleta. Resultados: Através de um processo de problematização os participantes evidenciaram a ausência e à dificuldade de participação e de envolvimento dos segmentos: gestão, controle social e ensino nas CIES. A dificuldade de envolvimento dos gestores depende de aspectos que ultrapassam a instituição de poder, constatou-se a necessidade de compreensão sobre a PNEPS, para que ocorra a defesa da EPS em seus municípios. Os sujeitos expuseram a necessidade de possibilitar formas de participação dos usuários como representantes do controle social nas CIES, bem como a defesa dos interesses dos usuários quando o controle social tem os profissionais como representantes. Os integrantes de uma CIES expuseram a falta de participação do ensino como uma dificuldade. Essa dificuldade perpassa por relações de poder e por interesses ligados aos aspectos financeiros. Conclusão: A investigação instigou os participantes a assumirem ações que demonstram um movimento de participação e envolvimento com as CIES, pois possibilitou a reflexão de que a EPS só será assumida como o conceito pedagógico da saúde, quando houver a efetiva implicação dos sujeitos que a compõe.