Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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Avaliação do Curso Introdutório na CAP 3.1 na cidade do Rio de Janeiro em 2011
Eliane da Gloria Araujo da Paixao, Jose Columbano Neto, Carla Lima Cerqueira Abreu, Marcia Reis, Fátima Virgínia Menezes Silva

Resumo


1 Caracterização do problema. Todas as equipes da Estratégia de Saúde da Família necessitam passar por treinamento permanente em serviço que se inicia com o curso introdutório. O Ministério da Saúde define este curso em organização descentralizada com carga horária mínima de 40 horas e voltada para a realidade local. O instrutor deve atuar como facilitador utilizando a metodologia da problematização, o curso propõe a discussão sobre: as políticas públicas de saúde, o território adscrito, a família, o papel da atenção primária, a rede de saúde, planejamento e sistema de informação, trabalho em equipe e reorganização do processo de trabalho na estratégia de saúde da família. Importante relembrar o que consta na Portaria Nº 2.527 de 19 de Outubro de 2006. Define os conteúdos mínimos do Curso Introdutório para profissionais da Saúde da Família. O Ministro de Estado da Saúde, no uso de suas atribuições, e Considerando o preconizado na Portaria nº 648/GM, de 28 de março de 2006, que aprova a Política Nacional da Atenção Básica; Considerando a responsabilidade do Ministério da Saúde em estabelecer diretrizes nacionais e pedagógicas que facilitem o processo de capacitação dos profissionais da Saúde da Família; e Considerando que o processo de capacitação dos profissionais da Saúde da Família deve iniciar-se concomitantemente ao início dos trabalhos das equipes, R esolve: Art. 1º Definir, na forma do anexo a esta Portaria, os conteúdos mínimos do Curso Introdutório para profissionais da Saúde da Família, agrupados por temas afins. Art. 2º Definir a carga horária de 40 horas como mínima para certificação do Curso Introdutório para profissionais da Saúde da Família. Conteúdos Mínimos do Curso Introdutório para Profissional da Saúde da Família 1. A Atenção Básica no contexto das políticas públicas de saúde e as estratégias de implementação: a) políticas de seguridade social e saúde como direito; b) evolução das políticas públicas de saúde no Brasil; c) sistemas de Saúde e Atenção Primária em Saúde; d) princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde; e e) Marcos Legais: Normas Operativas, Pacto de Gestão, Política Nacional de Atenção Básica e Estratégia Saúde da Família. 2. A organização dos sistemas locais de saúde, com ênfase no planejamento de base em territorial: a) organização de sistemas locais de saúde; b) caracterização dos serviços componentes e redes de apoio; c) recursos disponíveis e fluxos estabelecidos; d) análise da Situação de Saúde; e e) Marcos da Programação e da Avaliação: Sistema de informações em Atenção Básica; e Ações Programáticas Estratégicas; e Vigilância em Saúde. 3. O processo de trabalho das equipes: a) território: mapeamento e dinâmicas da organização social; b) cadastramento e visita domiciliar; c) acolhimento e Humanização; d) ciclo vital individual e familiar; e) atribuições e responsabilidades dos atores envolvidos no processo de trabalho; f) Marcos Operativos: coleta e análise de dados; ações educativas, preventivas e assistenciais; e g) instrumentos e ferramentas para o trabalho com famílias. 4. Atuação interdisciplinar e participação popular: a) ferramentas para atuação interdisciplinar; b) participação popular e controle social; c) promoção da saúde; d) ações intersetoriais e áreas transversais; e e) gestão por resultados dos serviços, equipes e profissionais. 2 Descrição da experiência. A cidade do Rio de Janeiro conta com 10 áreas de planejamento na área da saúde composta por 6.320.446 habitantes, segundo IBGE 2010. A coordenação da área 3.1 é responsável por 886.551 habitantes em 2010 (IBGE), sendo 14% da população do município, e em processo de grande expansão chegou a 130 equipes e atingiu mais de 50% de cobertura na área em 2011. Na organização do curso introdutório em 2011 com um grupo de 2 a 5 facilitadores foram formadas 12 turmas de 8 unidades. 3 Efeitos alcançados. Foram capacitados 340 profissionais dentro dos princípios definidos pelo SUS. Os profissionais avaliaram o curso ao seu término a partir de um instrumento de avaliação produzido pela equipe de educação permanente com campos/perguntas abertas e fechadas sobre: a organização do curso 89,7% de classificação excelente/muito bom/bom, 10,3% regular e 0,0% ruim; o local onde foi realizado o curso 89,7% de classificação excelente/muito bom/bom, 10,3% regular e 0,0% ruim; os temas abordados foram adequados aos objetivos estabelecidos 96,6% de classificação sim e 3,4% Não; as atividades abordadas foram adequadas aos objetivos estabelecidos 96,6% de classificação sim e 3,4% Não; facilitadores do curso 92.3% de classificação excelente/muito bom/bom, 7.7% regular e 0,0% ruim; participação do profissional durante o curso 88,9% de classificação excelente/muito bom/bom, 3,7% regular e 7,4% ruim; aprendizagem do profissional durante o curso 96,4% de classificação excelente/muito bom/bom, 3,6% regular e 0,0% ruim. Foi solicitado por escrito para os profissionais participantes do curso que definissem o curso em três palavras, que são: aprendizado/aprendizagem, integração, planejar para melhorar, esclarecedor/esclarecimento, dinâmico, acolhimento, objetivo, união, conhecimento, participação em equipe, informação, prevenção, estratégia, prático, aprimoramento, aperfeiçoamento, diálogo, território, bom, capacitação, capacidade, profissionalismo, saber, organização, claro, proveitoso, comunicação, animado, parceria, fundamental, saúde, bem estar, planejamento, vínculo, direto, solidariedade, motivação, orientação, interação. Nas sugestões também feitas por escrito pelos participantes obtivemos solicitações de: ter atividades periódicas de capacitação, ter mais cursos/encontros semelhantes para discutir o processo de trabalho e as dificuldades encontradas, ter mais cursos com o método do curso introdutório, aumentar o tempo do curso, ter mais dinâmica durante o curso, ser realizado no início (assim que o profissional é inserido na ESF), ter facilitador no período com a equipe na prática, ter interação com a comunidade. As equipes relataram grande satisfação com o que aprenderam no curso e foi observada uma notável melhora no processo de trabalho. Combinado a apresentação de diagnostico local três meses depois. Todo esse processo inicial é de grande importância para apropriação do território e engajamento no processo de trabalho pelos profissionais da Estratégia de Saúde da Família. 4 Recomendações. Capacitar os profissionais que ainda restam sem o curso introdutório. A partir de cada turma foi feita avaliação sobre os pontos positivos e negativos e feitos ajustes visando melhor aproveitamento e interesse dos profissionais envolvidos. Estabelecer um cronograma de acompanhamento das equipes, após realização do Introdutório, visando apoiar os profissionais na organização do processo de trabalho e avaliar se os conceitos construídos durante o curso, se aplicam ao cotidiano do trabalho em equipe. Bibliografia. 1 Cadernos de atenção básica; Programa saúde da família; caderno 2 . Treinamento Introdutório. Brasilia, 2000; Política Nacional de Atenção Básica; Ministério da Saúde, 2007. Portaria Nº 2.527 de 19 de Outubro de 2006. Participantes. Eliane da Glória Araújo da Paixão, Carla Lima Cerqueira Abreu, Jose Columbano Neto, Analaura Ribeiro Pereira e Fátima Virginia Siqueira de Menezes Silva.