Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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Uma Experiência de Co-gestão para a formação de uma rede de Solidariedade
Maria Teresa Castro Lima Pereira, Cristina Guedes Veneu, Eunice D' Assumpção, Viviane Manso Castello Branco, Jeanne Souza Lima, Alexandre Modesto

Resumo


As violências representam um problema de saúde pública muito presente no dia a dia das comunidades e das unidades de saúde, que por vezes, são invisíveis aos olhos dos profissionais de saúde e naturalizadas pela população. Considerando a premissa de que todas as violências estão interligadas, a Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil do RJ desenvolve um projeto para a promoção da solidariedade visando a integração com as comunidades e privilegiando sua atuação em unidades de saúde da Estratégia Saúde da Família. A iniciativa conta com o apoio da CGDANT/MS. O trabalho é desenvolvido pela Coordenação de Políticas e Ações Intersetoriais em parceria com as Coordenações das Áreas Programáticas da SMSDC (CAPs 3.1 e 3.3) e a Organização Social de Saúde (OSS) Viva Comunidade, instituição que executa a gestão da Estratégia Saúde da Família nestas áreas. Com o objetivo de sensibilizar os profissionais e comunidades envolvidas, foi realizado o Seminário Cultura da Paz: a Boniteza da Vida e reuniões nas coordenadorias de área programática (CAP), para adesão dos mesmos à proposta de execução das ações do projeto, a CAP 3.3 foi a primeira a aderir à proposta. Foram selecionadas sete unidades de saúde, em territórios onde existe maior vulnerabilidade às violências e equipes com perfil para acolher as ações do projeto e com articulações intersetoriais no território. Após um treinamento, foram elaborados 6 projetos que estão sendo desenvolvidos nas comunidades a partir das unidades de saúde. Cada um com suas especificidades no território, com diferentes tempos e construções. Dentre esses, um cineclube mensal, rodas de conversas com festas temáticas, oficinas de artesanatos e aulas de dança de salão. Pudemos observar que o grupo passou a compreender melhor o sentido da promoção de solidariedade, da construção de parcerias locais, valorizando a identidade e incentivando o diálogo com as diferentes manifestações culturais. Em encontros mensais para avaliação e acompanhamento das atividades, foi observada a formação de um grupo coeso, e que se apóia mutuamente no desenvolvimento das atividades. Gradativamente se percebe maior autonomia do grupo, inclusive na gestão dos recursos. A experiência do trabalho em co-gestão trouxe muitos aprendizados de novas possibilidades para a articulação e execução de atividades na atenção básica. Ainda é um desafio para as unidades de saúde a articulação de projetos junto com parceiros comunitários, mas novas construções se fazem possíveis.