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Uma Experiência de Co-gestão para a formação de uma rede de Solidariedade
Resumo
As violências representam um problema de saúde pública muito presente no dia a dia das comunidades e das unidades de saúde, que por vezes, são invisíveis aos olhos dos profissionais de saúde e naturalizadas pela população. Considerando a premissa de que todas as violências estão interligadas, a Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil do RJ desenvolve um projeto para a promoção da solidariedade visando a integração com as comunidades e privilegiando sua atuação em unidades de saúde da Estratégia Saúde da Família. A iniciativa conta com o apoio da CGDANT/MS. O trabalho é desenvolvido pela Coordenação de Políticas e Ações Intersetoriais em parceria com as Coordenações das Áreas Programáticas da SMSDC (CAPs 3.1 e 3.3) e a Organização Social de Saúde (OSS) Viva Comunidade, instituição que executa a gestão da Estratégia Saúde da Família nestas áreas. Com o objetivo de sensibilizar os profissionais e comunidades envolvidas, foi realizado o Seminário Cultura da Paz: a Boniteza da Vida e reuniões nas coordenadorias de área programática (CAP), para adesão dos mesmos à proposta de execução das ações do projeto, a CAP 3.3 foi a primeira a aderir à proposta. Foram selecionadas sete unidades de saúde, em territórios onde existe maior vulnerabilidade às violências e equipes com perfil para acolher as ações do projeto e com articulações intersetoriais no território. Após um treinamento, foram elaborados 6 projetos que estão sendo desenvolvidos nas comunidades a partir das unidades de saúde. Cada um com suas especificidades no território, com diferentes tempos e construções. Dentre esses, um cineclube mensal, rodas de conversas com festas temáticas, oficinas de artesanatos e aulas de dança de salão. Pudemos observar que o grupo passou a compreender melhor o sentido da promoção de solidariedade, da construção de parcerias locais, valorizando a identidade e incentivando o diálogo com as diferentes manifestações culturais. Em encontros mensais para avaliação e acompanhamento das atividades, foi observada a formação de um grupo coeso, e que se apóia mutuamente no desenvolvimento das atividades. Gradativamente se percebe maior autonomia do grupo, inclusive na gestão dos recursos. A experiência do trabalho em co-gestão trouxe muitos aprendizados de novas possibilidades para a articulação e execução de atividades na atenção básica. Ainda é um desafio para as unidades de saúde a articulação de projetos junto com parceiros comunitários, mas novas construções se fazem possíveis.