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A ideia de comunicação é inseparável da linguagem que faz parte da própria condição humana, sendo assim, ressalta-se a importância que existe dessa comunicação entre profissionais de diferentes serviços assim como entre os de uma mesma instituição, se faz importante que esses conversem entre si sobre o usuário e que os profissionais saibam para onde encaminhar o mesmo, conheçam a rede de serviço e se apropriem do que chamamos de referência e contra referência, que é basicamente o encaminhamento e o retorno para níveis de complexidade diferentes. É a partir da estruturação do SUS que o encaminhamento dos usuários aos diversos níveis de atenção torna-se possível. Durante nove dias do mês de fevereiro deste ano pudemos entrar em contato com essa temática quando participamos juntamente com outros acadêmicos, de diversos cursos, do Estágio de vivência na realidade do SUS (VER-SUS), na região da 4ª coordenadoria regional de saúde do Rio Grande do Sul, através desta vivência conhecemos diversos serviços da rede de saúde podendo perceber sua dinâmica de funcionamento assim como algumas dificuldades. Percebemos que existem alguns problemas nesse sistema como falta de informação à população, problemas organizacionais internos aos próprios serviços e problemas de comunicação entre os vários níveis de atenção. Em muitos locais visitados há pouco contato entre os profissionais e principalmente entre os serviços, muitos não sabiam como proceder aos encaminhamentos, nem tinham conhecimento de nenhum profissional de referência. Um dos locais que visitamos relatou a dificuldade na contra-referência do hospital quando os pacientes eram encaminhados para este. O problema ocorre também entre serviços de um mesmo município, muitas vezes não ocorre encaminhamento para a unidade básica de saúde da região quando o usuário tem alta de um hospital por falta de comunicação entre os serviços. Este fato revela uma dificuldade no contato entre os profissionais da rede deixando muitas vezes o usuário desassistido. Esta comunicação entre os serviços deve ser estimulada garantindo um compromisso em conjunto com o cuidado integral. Assim como, colocando em prática a referência e contra-referência, os serviços e linhas de cuidado serão conhecidos e definidos diminuindo transtornos para os usuários, evitando a duplicação de atividades e de custos para o sistema e ainda integrando os serviços o que legitima o funcionamento em rede. Referência: JULIANI, C.M.C.M; CIAMPONE, M.H.T. Organização do sistema de referência e contra-referência no contexto do Sistema Único de Saúde: a percepção de enfermeiros. Rev. Esc. Enf. USP, v. 33, n. 4, p. 323-33, 1999. ROZEMBERG, B. Comunicação e participação em saúde. In Tratado de saúde coletiva. Rio de Janeiro, Hucitec; Fiocruz, p.741-766, 2006.