Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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COLETA DE CITOPATOLOGICO EM MULHERES DA TERCEIRA IDADE EM UM CENTRO MUNICIPAL DE CONVIVÊNCIA DO IDOSO: ATUAÇÃO DE RESIDENTES DE ENFERMAGEM
Hellen Ariane Ribeiro, Eloise Azevedo Evangelista, Hosana ., Flávia Jesulina Campos Silva, Jeizziani Aparecida Ferreira Pinto, Rafaella Gontijo Nascimento, Simone Campos Ferreira

Resumo


INTRODUÇÃO Muitos investimentos têm sido feitos para melhorar a qualidade de vida dos idosos, onde essa população começa a viver a vida em sua plenitude, com aumento das relações sociais e, porque não, sexuais, já que a libido não acaba com o aumento da idade. Com isso, riscos antes característicos de faixas etárias mais jovens estão cada vez mais acometendo pessoas a partir dos 60 anos. Sabe-se que a sexualidade na maturidade é um tema emergente e que tem despertado, mais recentemente, um grande interesse científico. Vale salientar, mais uma vez, que a idade não dessexualiza o indivíduo, o que existe na verdade são apenas modificações quantitativas da resposta sexual, ou seja, a vida sexual transforma-se constantemente ao longo de toda a evolução individual, porém só desaparece com a morte. Diante do exposto percebe-se a importância do desenvolvimento de ações voltadas a saúde da mulher na maturidade, visto que o câncer de colo uterino constitui uma das enfermidades de maior incidência e mortalidade por câncer no sexo feminino, sendo respectivamente o 2º em incidência e o 4º em mortalidade no Estado de Minas Gerais. Dados estes podem ser consequência da exposição das mulheres à fatores de risco e/ou da efetividade de um programa de rastreamento (Screening). Por possuir uma fase pré-clínica lenta, pode ser diagnosticado antes de maiores complicações o que permite a prevenção. Para auxílio nesse processo há o exame citopatológico do colo do útero (Papanicolau), recomendado pela Organização Mundial de Saúde. No Brasil através do Programa Viva Mulher são desenvolvidas ações dirigidas às mulheres na faixa etária de 25 a 64 anos e as que já tiverem tido relação sexual antes dessa faixa etária, que incluem não somente o diagnóstico precoce (através de exame Papanicolau) mais também exames de confirmação diagnóstica e tratamento necessário de acordo com cada caso. O exame citopatológico permite o diagnóstico precoce de lesões pré-malignas e malignas do colo uterino. Também permite o diagnóstico de infecções vaginais que podem vir a se tornar problemas de saúde, sendo que estas estão entre as principais causas de consulta ginecológica. Pelo apresentado identificamos a necessidade de desenvolvimento de atividades educativas e preventivas (coleta do citopatológico) com mulheres frequentadoras do Centro de Convivência do Idoso, onde essas desenvolvem atividades físicas, lúdicas, cognitivas, manuais e de interação interpessoal. OBJETIVO Realizar a prevenção do câncer de colo de útero, através da coleta do exame citopatológico, bem como promover educação sexual, para as mulheres idosas que freqüentam o Centro de Convivência do Idoso do município de Divinópolis/ MG. MÉTODO Para o desenvolvimento das atividades, nós residentes de enfermagem da turma 2010/2012 da Universidade Federal de São João Del Rei, juntamente com a professora do Módulo “Práticas Integrativas ao Idoso”, entramos em contato com a responsável pelo Centro de Convivência que nos autorizou a realizar as atividades. Após ter feito um primeiro contato com as freqüentadoras, no sentido de sensibilizar para a importância do exame preventivo do câncer de colo de útero, realizamos uma consulta de enfermagem individual com foco na prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e a coleta do exame. Houve a participação de 32 idosas. Em um terceiro momento entregamos os resultados dos exames com as devidas orientações . RESULTADOS / DISCUSSÃO Ao realizarmos esta atividade com as mulheres da terceira idade, percebemos que a maioria tem vida sexual ativa, mas desconheciam a importância de realizarem o exame preventivo devido a idade acima de 60 anos. Dentre os resultados obtidos apenas um dos 32 apresentou-se alterado (sugestivo de Gardnerella/ Mobiluncus), o qual foi tratado. Não foi observada nenhuma alteração neoplásica. CONCLUSÃO Com esse trabalho foi possível desmistificar a sexualidade na terceira idade. Verificamos que os idosos em sua maioria possuem vida sexual ativa, portanto não é somente os jovens e adultos que devem ser orientados e acompanhados a respeito de riscos de doenças sexualmente transmissíveis e câncer do colo do útero. É importante trabalhar a educação para saúde com essa população, pois percebemos que muitas vezes a falta de cuidado se dá devido à falta de informação. A sexualidade tem que ser discutida com os idosos e estimulada dentro de uma prática saudável e sem estigmas, para que represente, assim, mais um fator que contribua para uma vida autônoma e plena dessa população. REFERÊNCIA 1. STIVAL C. O., LAZZAROTTO M., RODRIGUES Y. B., VARGAS V. R. A. Avaliação Comparativa da Citopatologia Positiva, Colposcopia e Histopatologia: Destacando a Citopatologia como Método de Rastreamento do Câncer do Colo do Útero. RBAC, vol. 37(4): 215-218, 2005. 2. MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Saúde. Atenção ao pré-natal, parto e puerpério: protocolo Viva Vida. Belo horizonte: SAS/SES, 2003. 95P. 3. FEITOSA, T. M. P., ALMEIDA R.T. Perfil l de produção do exame citopatológico para controle do câncer do colo do útero em Minas Gerais, Brasil, em 2002. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 23(4): 907-917, abr, 2007. 4. Jailson L Sousa Sexualidade na terceira na terceira idade: uma discussão da aids, envelhecimento e medicamentos para disfunção eréti. Sexuality in old age: a discussion about aids, aging and medicines for erectile dysfunction.