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Caracterização do problema: Historicamente, muitas mudanças ocasionadas a partir da Reforma Sanitária, da ampliação do conceito de saúde e da construção do Sistema Único de Saúde (SUS) exigiram a reconfiguração do modelo assistencial em saúde, assim como a qualificação e o desenvolvimento de habilidades e competências de profissionais para consolidar e fortalecer o SUS. Isso resultou na articulação e cooperação entre os campos da educação, saúde, gestão e controle social para formulação de estratégias para propor mudanças na formação destes profissionais. Descrição da experiência: Este trabalho trata-se de um relato de experiência de estudantes sobre a formação profissional no SUS durante a participação na Vivência e Estágio na Realidade do Sistema Único de Saúde (VER-SUS). O projeto ocorreu em um município da fronteira oeste do Rio Grande do Sul, durante os meses de janeiro e fevereiro de 2012. Efeitos alcançados: Os estudantes tiveram a oportunidade de conhecer a realidade do SUS, dialogar com os profissionais, usuários e lideranças sociais, refletindo sobre as fragilidades e potencialidades da rede de atenção a saúde do município. A partir das vivências, os estudantes puderam conhecer a rede de atenção à saúde, se inserir nos cenários reais das práticas em saúde e reconhecer a importância da relação profissional-usuário e do trabalho integrado com os movimentos sociais. O projeto possibilitou aos estudantes um olhar diferenciado do modelo tecnicista, hospitalocêntrico e fragmentado, enfatizando aos mesmos a necessidade de valorizarem aspectos como o contexto social dos usuários, a atenção voltada para as reais necessidades de saúde da comunidade, a articulação com os movimentos sociais, o trabalho em equipe e a educação permanente em saúde. Recomendações: As vivências fizeram os estudantes refletirem sobre a formação dos profissionais atuantes no SUS e constatarem que, mesmo com todas as mudanças ocorridas desde a Reforma Sanitária, os currículos dos cursos de graduação na área da saúde de algumas universidades ainda não são voltados para o SUS, fazendo com o estudante tenha pouco contato com o SUS e sinta-se despreparado para atuar no mesmo. Pode-se perceber a necessidade de mudança nestes currículos, para que o processo de ensino-aprendizagem possa ir além dos cenários hospitalares e de outros espaços acadêmicos, chegando até cenários de prática que possibilitem ao estudante contato com as vivências do mundo real, frente às realidades da população. Referências COSTA, R. K. S.; MIRANDA, F. A. N. Formação profissional no SUS: oportunidades de mudanças na perspectiva da Estratégia de Saúde da Família. Revista Trabalho, Educação e Saúde, v. 6, n. 3, p. 503-517, 2009. FERREIRA, R. C.; FIORINI, V. M. L.; CRIVELARO, E. Formação profissional no SUS: o papel da atenção básica em saúde na perspectiva docente. Revista Brasileira de Educação Médica, v. 34, n. 2, p. 207-215, 2010. ROSSONI, E.; LAMPERT, J. Formação de profissionais para o Sistema Único de Saúde e as diretrizes curriculares. Boletim da Saúde, v. 18, n. 1, 2004.