Tamanho da fonte:
A NATURALIZADA COBRANÇA NO SUS DESNATURALIZADA PELA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA E MOVIMENTA-AÇÃO DE VERSUSIANOS EM PALMEIRA DAS MISSÕES/RS
Resumo
As Vivências e Estágios no Sistema Único de Saúde – VER_SUS/Brasil/RS aconteceram em vários municípios brasileiros. Em Palmeira das Missões, Chapada e Novo Xingu, teve como propósito criar espaços de vivencia e discussão da saúde nestes municípios, com foco na atenção primária em saúde na interface com gestão, atenção, formação, controle social e participação popular em saúde. Considerou que a aprendizagem significativa pode ser emancipatória, pela produção de autonomia. Utilizou como método a auto e co-gestão. Nas Vivências, na experiência de dialogar e na dialogicidade do diálogo, reforça-se o fundamento sanitário de que saúde é um direito fundamental, inalienável e intransferível. Então, cobrança no SUS é crime. Este trabalho objetiva relatar a vivência de versusianos na busca por atendimento em instituição hospitalar no município de Palmeira das Missões/RS. Utiliza como método o relato de experiência do tipo qualitativo descritivo. Versusiana necessitou de atendimento em serviço de pronto atendimento em hospitalar na cidade de Palmeira das Missões/RS, o qual lhe foi cobrado. A mesma se negou a pagar e o serviço não foi prestado. Era SUS. É um direito. Diante disso, foi acionado a Brigada Militar para registro da ocorrência, uma vez que cobrança no SUS é crime. O acesso ao SUS é universal. No dia subsequente ao episódio, averigou-se no Hospital que havia sido aberto um prontuário para a mesma, o que causou muita surpresa, pois não havia sido atendida. Também, o profissional que se negou á atende-la, forjou receita médica e história inverídica para ‘comprovar’ que havia atendido a mesma. Diante disso, estudantes não se calaram. Fizeram a voz e a vez de muitos usuários palmeirenses que pagam para serem atendidos no SUS ou não são atendidos. Foram para as ruas da cidade dialogar com os mesmos, informar que tem direito a Saúde e que não precisam pagar por isso, instruindo-os a participar dos espaços de controle social e a denunciar a cobrança no SUS. Denunciam à 15ª coordenadoria Regional de Saúde, ao Conselho Intergestores Regionais (CIR), bem como ao Ministério Público, Conselho de Medicina, Secretaria Estadual e Conselho Municipal e Estadual de Saúde e acionam a Câmara de Vereadores da Cidade para colocar em pauta esta questão na cidade. Por fim, da naturalização da cobrança no SUS, a partir da aprendizagem significativa em ato, estudantes denunciam e produzem perturbações na cidade, começam a desnaturalizar o naturalizado, a disparar empoderamentos.