Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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ANDARILHOS NO VER_SUS/BRASIL/RS/PALMEIRA DAS MISSÕES NA RELAÇÃO COM MOVIMENTO CAMPESINO
Vanessa Fátima Schons, Pedro Henrique Carrard Sitta, Natane Dicetti, Jaqueline Arboit, Gabriela Zuchetto, Liamara Denise Ubessi, Liane Beatriz Righi

Resumo


Introdução: As Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde – VER_SUS/Brasil/Palmeira das Missões, entendem que o conceito de saúde não se restringe à ausência de doença, ainda que se perceba este conceito imbricado em muitas ações e práticas sanitárias. Assim, a referida Vivência buscou articular-se no laço discursivo-reflexivo com o movimento campesino - de Pequenos/as Agricultores/as (MPA) e Sem Terra (MST), com vistas a entender como e porque se organizam, quais suas bandeiras de luta e em que ponto se encontram com a saúde. Objetivo: mostrar a vivência de participantes do VER_SUS/Brasil/Palmeira das Missões, fevereiro/2012, na inter-relação com a saúde e campesinato no Rio Grande do Sul. Metodologia: o vivido pelos versusianos na discussão e convívio com camponeses/as será apresentado por meio de imagens fotográficas legendadas. Resultados: Há uma hegemonia nos modos de produção agrícola que tem afetado a saúde humana e da natureza. Trata-se do monocultivo da soja e de outros produtos transgênicos, com densa mecanização do campo e uso de agrotóxicos, o que tem tentado substituir a relação do humano com a terra, água, animais, e entre as pessoas, pelo objeto de troca – dinheiro e lucro. Contudo, o preço desta relação tem sido a degradação ambiental, consumo abusivo de agrotóxicos, adoecimentos, depressão, mal-formações congênitas, com predominância para a determinação de cânceres diversos. Coloca em risco a sustentabilidade da vida.A luta dos movimentos campesinos visa à soberania alimentar e alimentar à construção de uma outra possibilidade de relação com a natureza, como condição para se viver no planeta Terra. Essa perspectiva relaciona-se diretamente ao conceito de saúde ampliado e aos princípios sanitários. Nesta discussão e aproximação com campesinos/as, os modos de produção do campo e da cidade fazem sentido em sua interseção com a saúde e se reconhece a agricultura camponesa como um modo para a produção sustentável de alimentos, de saúde e de vida. Considerações finais: O tecido dos movimentos campesino, sanitário e estudantil relaciona-se, pois clamam por justiça, diminuição das desigualdades sociais e aposta em novas propostas de modos de vida, com dignidade, a favor de valores humanos e não dos valores do capital. Saúde não se faz dentro dos muros da Universidade e Unidades de Saúde, mas também na relação com os movimentos sociais, experimentado em outros modos de viver e pensar a saúde em sua amplitude, como o VER_SUS/Brasil.