Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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CAP 3.1: um relato da experiência VER-SUS
Renata Gomes Zuma, Andressa Cristina de Miranda do Carmo, Camila Alencar Coelho Neto, Carla de Oliveira Pires da Silva, Elisangêla Silveira da Silva, Gisele Oliveira Nascimento, Jéssica Braga de Oliveira, Mitã Coelho Chalfun, Rafael Morganti Pinheiro, Renata Gomes Zuma, Thamires Monteiro de Medeiros

Resumo


Este relato pretende expor de forma sintética algumas considerações acerca do aprendizado adquirido nos dez dias de estágios e vivências na realidade do SUS (VER-SUS). O grupo foi formado pelos cursos de educação física, enfermagem, história, odontologia, psicologia, saúde coletiva e serviço social. As expectativas em um grupo tão heterogêneo são diversas e poderiam ser conflitantes, no entanto, possuíamos um objetivo em comum: a imersão na realidade do SUS a fim de compreendê-lo na prática, produzindo conhecimentos que contribuirão para nossa formação de forma que tornemo-nos atores envolvidos na construção do SUS. Durante as vivências, o grupo procurou compreender os processos de trabalho dentro da CAP 3.1, do conselho distrital e das unidades que visitamos, e também, as conjecturas políticas e econômicas que influenciam nos processos de gestão. Assim, tivemos liberdade para realizar nossas observações a partir de nossas vivências, nos orientando pelos eixos temáticos Gestão, Educação em Saúde, Controle Social e Atenção Básica. A AP 3.1, como em todo o Brasil, tem na sua área regiões contraditórias entre si, pois, ao passo que se vê regiões com ausência de saneamento básico, com um grande número de pessoas em estado de miséria, com moradias insalubres, com a presença de tráfico de drogas, de “cracolândias” e o maior índice de pessoas contaminadas pelo vírus da AIDS, encontram-se, ao mesmo tempo, regiões onde tais condições são dificilmente encontradas e que possuem um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) elevado. Pudemos viver o SUS em sua dinâmica atual e compreender que o Sistema Único de Saúde não é estático, está em constante construção. O SUS tem sua gênese no Movimento de Reforma Sanitária e passa por diversos momentos nos quais se pode evidenciar a ocorrência constante de um conflito ideológico que reflete a sociedade em que vivemos e que conduz à efetivação de direitos sociais e da saúde. Logo, a condução do SUS é reflexo da condução das políticas públicas, reflexo do constante embate político, e, portanto, se conquista e se constrói a cada dia. A partir da percepção desta dinâmica ganhamos fôlego para participar desta construção no campo da militância política e no campo da nossa atuação profissional.