Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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EXPERIÊNCIA DE (CON)VIVÊNCIA COM MOVIMENTOS DA VIA CAMPESINA NO VER-SUS/BRASIL/RS EM PALMEIRA DAS MISSÕES E SANTA CRUZ DO SUL
Vanessa Fátima Schons, Anderson Luis Schmitz, Jaqueline Arboit Arboit, Alex Barcelos Monaiar, Lincoln Bastiane, Liamara Denise Ubessi, Liane Beatriz Righi

Resumo


Os movimentos sociais constituem-se em uma ferramenta de luta, a fim de garantir direitos essenciais à vida. A Via Campesina é um movimento internacional que se ocupa do direito das pessoas no acesso a terra e a preservação da vida humana na relação com ambiente. Compreende a Via, os Movimentos dos Sem Terra (MST), Pequenos Agricultores (MPA), Indígenas (MI), dentre outros. As Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde – VER-SUS nasce com uma proposta semelhante, pois o SUS é efeito de movimentos sociais. O foco principal é possibilitar que estudantes conheçam e vivenciem a realidade do SUS, com suas potencialidades e limitações, na discussão das formas de produção de vida. As Vivências têm por finalidade formar profissionais críticos, reflexivos e éticos, que compreendam os sujeitos em sua integralidade, como constituintes e constituídos pelo meio, co-influenciados pela sociedade em que vivem. Este trabalho objetiva relatar a experiência de (con)vivência com movimentos da Via Campesina no decorrer da realização do VER-SUS/Brasil/RS em Palmeira das Missões e Santa Cruz do Sul. Trata-se de relato de experiência, qualitativo e descritivo, desenvolvido a partir das Vivências com MST, MPA e MI no VER-SUS Brasil. Os Versusianos estiveram participando em Santa Cruz do Sul da II Festa Feira da Agricultura Camponesa e do I Encontro Nacional do Levante Popular da Juventude, nos quais os mesmos conviveram com o movimento campesino e outras formas de organização da juventude em prol de uma sociedade mais igualitária. Noutro momento, estiveram em diálogo com representantes do MST, que lhes contou a história do Movimento e seus objetivos, no acesso a terra e meios de produção sustentável, bem como de formas não farmacológicas contributivas a produção de saúde. E, em contato com uma representante do movimento indígena, a mesma falou das lutas deste Movimento e da resistência e protagonismo dos mesmos para não sucumbirem à dominação de não-índios. Para muitos estudantes foi o primeiro contato com estas formas de organização e ao mesmo tempo que produziu em alguns vontade de aproximação, interface e diálogo com os movimentos sociais para uma formação voltada ao SUS, em outros, soou como estranho e produziu vontade de distância, como forma de negar ou não se identificar com a pobreza e a necessidade da luta na erradicação das desigualdades sociais e preservação do ecossistema como forma de produção de vida, intrínseca a saúde.