Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


Tamanho da fonte: 
Facilitação e/é co-gestão no projeto Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde (VER-SUS)
Carine Guterres Cardoso, Teresinha Eduardes Klafke, Pauline Schwarzbold da Silveira, Bruna Rocha Araújo

Resumo


O VER-SUS é referência na Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) e nos municípios da CIES13 como importante ferramenta de mudanças na graduação em saúde. As vivências iniciaram em 2003 e mesmo quando o Ministério da Saúde deixou de financiá-las, a universidade e alguns municípios parceiros, mantiveram sua realização. A vivência é desenvolvida pelo Grupo de Estudos e Trabalhos em Saúde Coletiva (GETESC) que tem como objetivo mudanças na graduação e como princípio o protagonismo estudantil. O VER-SUS é planejado para envolver os estudantes como atores principais do processo ensino-aprendizagem e por isso, tanto facilitador como estagiários são estudantes, possibilitando horizontalidade na troca de experiências, questionamentos, curiosidades, ansiedades e demais sentimentos que perpassam a vivência. Ao facilitador cabe fomentar discussões sobre a realidade do SUS e seu enlace com a formação em saúde, serve de referência aos estagiários, aos serviços, controle social e movimentos sociais que integram as visitas. O docente que integra o projeto é professor de referência e não coordenador, o que possibilita um afastamento dos lugares tradicionalmente estabelecidos na universidade para estudantes e docentes em projetos de extensão. Entende-se que o facilitador deve ter passado pela vivência anteriormente, pois tal experiência foi seu campo de aprendizagem e experimentação. A facilitação exige pensar em estratégias de aprendizagem, sendo uma delas a co-gestão: a inclusão do pensar, fazer e decidir coletivo. Assim, incentiva-se o protagonismo estudantil nas análises, decisões e avaliações construídas coletivamente; o poder circula e é compartilhado. A co-gestão é vivenciada tanto na organização das visitas e discussões como na gestão das diferenças entre os estudantes, pois o VER-SUS agrega pessoas diferentes com experiências singulares. Nesse processo não se busca homogeneidade das opiniões, mas a composição de um mosaico, pois é no cotidiano que diferentes perspectivas se encontram. O VER-SUS tem potência de (des)construção desses mosaicos à medida que propicia o conhecimento sobre a realidade da saúde, além de colocar os estudantes em contato multiprofissional e interdisciplinar. Cabe aos facilitadores utilizarem-se da co-gestão como um instrumento que propicia a autonomia dos atores envolvidos no processo de (re)pensar a formação e as práticas em saúde.