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Em fevereiro de 2012, ocorreu em Santa Maria, cidade centro do Rio Grande do Sul, uma Vivência-Estágio na realidade do SUS, o Ver SUS. Que reuniu estudantes de diversos cursos da área da saúde. Inicialmente, foram passadas noções gerais sobre SUS, sociedade e estado. Posteriormente visitamos a rede de Santa Maria e região, conhecendo diversos serviços de saúde de atendimento do SUS. A partir das vivências em cada município e o diálogo com gestores e funcionários do serviço, verificamos várias falhas no funcionamento de alguns. Entre as cidades visitadas, uma delas chamou muita atenção no que se refere ao acesso, estrutura do sistema de saúde e a posição de funcionários do sistema quanto às limitações. Trata-se de uma cidade pequena, de difícil acesso, que não possui hospital e a maior parte da população mora na zona rural. Estes aspectos dificultam a permanência de médicos na cidade, assim as trocas frequentes prejudicam a população, pois não se cria vínculo entre o profissional e usuário. O fato da maior parte da população residir na zona rural dificulta visitas domiciliares deste profissional, prejudicando o atendimento de usuários que não tem condições de irem ao centro da cidade. A quantia de medicamentos utilizada pela população chamou atenção. Considerando que o conceito de saúde não engloba apenas o alívio do sofrimento físico, a lógica da medicalização usada aponta para um simples bloqueio das emoções ao invés de almejar qualidade de vida do indivíduo em todas suas esferas. Estima-se um grande número de usuários de medicamentos psicotrópicos, sem assistência psicológica. Isto impede investigar as causas deste adoecimento e mudar as mesmas. A mudança da cultura da população, gestores, e da própria equipe de saúde, que é baseada no modelo tradicional de tratar doenças, a inclusão de outros profissionais da área de saúde e a implementação da Política Nacional de Promoção a saúde são de extrema importância no quadro da saúde atual do município, pois é uma estratégia promissora no enfrentamento de múltiplos problemas de saúde que afetam a população. Partindo de uma concepção ampla do processo saúde-doença e de seus determinantes, propõe a articulação de saberes técnicos e populares, e a mobilização de recursos institucionais e comunitários, públicos e privados, para seu enfrentamento e resolução. . Referência: BUSS, Paulo Marchiori; Promoção da saúde e qualidade de vida; Revista Ciência e Saúde Coletiva pág. 163-177. Rio de Janeiro, 2000.