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RELATO DE EXPERIÊNCIA DA 4º EDIÇÃO DO ESTÁGIO DE VIVÊNCIA NO SUS NO MUNÍCIPIO DE VERA CUZ-BA
Resumo
O “Estágio de Vivências no SUS” é uma estratégia de reorientação da formação em saúde e, também, um instrumento que permite ao estudante vivenciar o cotidiano do SUS, enquanto princípio educativo. O estágio permitiu compreender como os diferentes serviços de saúde são prestados à população, quais as dificuldades e as possibilidades de enfretamento dos problemas, além de conhecer experiências exitosas. Possibilitou, ainda, um conhecimento singular na vida dos graduandos de saúde, pois promoveu a articulação da aprendizagem teórica (da universidade) com as vivências práticas dos profissionais, gestores e usuários da saúde, além de outros sujeitos, por meio da interação e troca de saberes. Tudo isso, instigou, no grupo participante do estágio, a reflexão crítica acerca do SUS, encarando-o em sua realidade, permitindo repensar comportamentos e posturas que nós, futuros profissionais do sistema, deveremos ter. O relato refere-se à experiência no município de Vera Cruz, Bahia, entre 14 a 23 de dezembro de 2011, sendo a 4ª edição do estágio. Partindo de uma proposta multiprofissional e interdisciplinar, o evento trouxe aos graduandos uma aprendizagem significativa, problematizadora e implicada com a transformação dos sujeitos. Conhecemos as principais demandas de saúde dos usuários e as diferentes estratégias utilizadas por profissionais e gestores para atendê-las (ou não). Pudemos perceber as dificuldades na estrutura física em Unidades de Saúde, conhecer o processo de trabalho de nutricionistas, educadores de saúde, fisioterapeutas, médicos e outros profissionais e, assim, ampliar nossa perspectiva sobre o cuidado em saúde. Inúmeros debates permitiram refletir sobre o papel do enfermeiro/a e o acúmulo de funções delegadas a esse/a profissional, bem como, certa desvalorização técnica e salarial. Discutimos, também, acerca da Atenção Especializada, principalmente as dificuldades dos usuários em acessarem os estabelecimentos para consultas e procedimentos, por conta do tamanho do município (baixa oferta), dificuldades nas pactuações (regionalização) e perfil socioeconômico da população (pobreza). A experiência foi transformadora e produtiva, assim, é necessário ampliação do acesso de mais estudantes em edições futuras, pois, as vagas oferecidas são insuficientes para número de discentes interessando. Deve-se, também, aumentar o número de edições anuais, divulgando, tantos para os estudantes como para as Secretárias Municipais de Saúde.