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Caracterização do problema Partindo do pressuposto de que a consolidação de uma política de prevenção e promoção à saúde nas escolas depende do compromisso conjunto de gestores e profissionais de saúde e de educação, assim como a participação ativa dos estudantes e de toda a comunidade escolar, desenvolvemos durante o ano de 2011 nossas intervenções. Ao articular o diálogo, provocar e aprofundar o conhecimento, construindo ações de educação e saúde entre os acadêmicos do Curso de Fisioterapia da UNICRUZ e alunos do Ensino Fundamental e Médio das escolas públicas de Tupanciretã/RS acreditamos ter auxiliado na promoção e proteção da saúde, a partir do fortalecimento do debate e da participação juvenil. O projeto teve como objetivo central desenvolver estratégias de promoção dos direitos sexuais e dos direitos reprodutivos, de promoção da saúde, de prevenção das doenças sexualmente transmissíveis, do HIV e da aids, e da educação sobre álcool e outras drogas, por meio do desenvolvimento articulado de ações no âmbito das escolas e das unidades básicas de saúde. Descrição da experiência Estamos cientes de que a educação para a saúde na prevenção das DST/HIV/aids, gravidez não planejada na adolescência e uso indevido de drogas é hoje um desafio especial, que abrange todo o universo de fatores estruturais, sócio-econômicos e culturais, nos quais as questões relacionadas à cultura sexual e gênero são determinantes e que mudanças, avanços para conter a epidemia não acontecem em curto prazo (BRASIL, 2006). Procuramos dar continuidade ao nosso projeto comprometido com essas questões, seguindo as diretrizes metodológicas do Programa Saúde e Prevenção nas Escolas- SPE (Ministério da Saúde, 2010) e o modelo de concepção das práticas educativas orientado pelo referencial teórico de Paulo Freire, com uma abordagem pedagógica que inclui informação, reflexão, emoção, sentimento e afetividade. Através do trabalho com conceitos científicos, poesias, música, textos jornalísticos, dados históricos e de pesquisa, entre outros num ambiente de aprendizagem ativa, com atividades criativas, que fizessem sentido e com continuidade buscamos soluções para problemas comuns a adolescentes e jovens propiciando reflexões, mudanças de atitudes discriminatórias, levando a outras mais igualitárias e, inclusive, a opção por práticas sexuais mais seguras e protegidas. Os envolvidos totalizaram uma população 2531 alunos sendo 819 alunos da rede municipal (611 da zona urbana e 208 da zona rural) e 1712 alunos da rede estadual (971 alunos do ensino fundamental e 741 do ensino médio), sua comunidade escolar. e os profissionais das Estratégias Saúde da Família de referência de cada escola. Seguimos o preconizado pelo Ministério da Saúde (2010) trabalhando a educação entre pares, num processo de ensino e aprendizagem em que os acadêmicos do Curso de Fisioterapia, disciplina de Fisioterapia na Promoção e Proteção da Saúde – 2º período /2001 atuaram como facilitadores das ações e atividades com os alunos do Ensino Fundamental e Médio das escolas públicas de Tupanciretã/RS. Acreditamos que a possibilidade de pôr em prática políticas públicas de promoção e proteção da saúde do escolar dependem “de um método ativo, capaz de criticizar o educando através do debate de situações desafiadoras”. Essas situações devem ser envolvidas com o problema, com a construção de estratégias redutoras de vulnerabilidade solidárias, sustentadas, efetivas, realistas, rápidas e flexíveis. Elas devem levar em conta que ”o homem, ser de relações e não só de contatos, não apenas está no mundo, mas com o mundo. Estar com o mundo resulta de sua abertura à realidade, que o faz ser o ente de relações que é” (FREIRE, 1996). Efeitos alcançados Este projeto, em parceria com várias instituições, já tem uma trajetória de mais de 12 anos, sendo hoje o marco de onde partem todas as ações em saúde do escolar do município de Tupanciretã/RS. E neste ano o Poder Público Municipal reconheceu toda a trajetória relevante de ações nas escolas e institucionalizou o Saúde e Prevenção nas Escolas - SPE em Tupanciretã, fortalecendo e valorizando ainda mais as práticas realizadas, nos desafiando a continuação de um projeto permanente, inovador e integrado. Acreditamos que as nossas intervenções vêem contribuindo decisivamente na reflexão e entendimento sobre a importância que representa a integração saúde-educação privilegiando a escola como espaço para a articulação das políticas voltadas para adolescentes e jovens. Nela os estudantes, famílias, profissionais da saúde e da educação são os atores que precisam conhecer e lidar com os fatores de risco e vulnerabilidades, promovendo e protegendo a saúde, e, consequentemente se tornando cidadãos críticos, autônomos, exercendo seus direitos e deveres. Recomendações A cada ano que passa percebemos que nosso papel na construção de um trabalho permanente para a prevenção da aids e conquista da cidadania nas escolas e comunidade de Tupanciretã/RS torna-se mais importante e necessário. Hoje as 100% das escolas públicas de Tupanciretã têm em seu Projeto Político Pedagógico nossas propostas instituídas. É com muita alegria e, é um tremendo desafio, que a cada ano nos unimos para a construção de atividades criativas, de acordo com o viver de nossos atores e prazerosas. Isto é o que embala e estimula a continuidade das ações. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Ministério da Saúde. Adolescentes e jovens para a educação entre pares: Adolescências, juventudes e participação. Editora do Ministério da saúde: 2010. _______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em saúde. Programa Nacional de DST e Aids. Diretrizes para implantação do projeto saúde e prevenção nas escolas. Brasília: Ministério da Saúde. 2008. _______. Ministério da Saúde. Saúde e prevenção nas escolas. Brasília-DF, 2007. _______. Ministério da Saúde, Ministério da Educação, UNESCO, UNICEF. Guia para a formação de profissionais de saúde e de educação: saúde e prevenção nas escolas. Brasília-DF: Série A, normas e manuais técnicos, 2006. CARVALHO, Themis Goretti Moreira Leal de. Educação e saúde nas escolas públicas de Tupanciretã. Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico em DST, HIV e AIDS no Brasil. 2ª. Edição Revista Ampliada. Brasília: Ministério da Saúde, 2007. FREIRE, P. Educação como prática de liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra,1996.