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Ao iniciarmos o estágio de vivências na realidade do Sistema Único de Saúde (VER-SUS), realizamos uma dinâmica de grupo a qual consistia em formar um círculo e após, caminharmos desordenadamente pela sala, parando alguns minutos depois, dando as mãos aos colegas ao lado. O desafio era voltar ao círculo inicial, porém, sem soltar a mão do colega. Na primeira tentativa que fizemos, foi possível perceber a falta/falha de comunicação entre os participantes, que por estarem iniciando o estágio, não sabiam nada dos colegas, nem mesmo o nome. Formaram-se dois semicírculos, duas “redes”. Estavamos divididos, não sabíamos para que lado ir, fomos e voltamos várias vezes. Se formaram “nós” e alguns, que já estavam em posição de círculo, não se implicaram em desfazer aqueles “nós”. Apenas quem estava no nó estava implicado em resolver o problema. Isso mostra que muitas vezes reproduzimos o modelo fragmentado, dissociado, no qual vivemos. O ato de ir e voltar pode representar o usuário no meio dessa rede falha, sem saber para onde ir e o que fazer com a lógica dos encaminhamentos. E a falta de comunicação representou o desconhecimento de alguns profissionais do funcionamento de serviços, da falta de comunicação com colegas de outras unidades de saúde e o desinteresse por parte dos que não estão diretamente implicados no processo. Fizemos a dinâmica outra vez e a rede parecia que deslizava em um processo dinâmico, no qual a comunicação acontecia e todos se movimentaram e o círculo foi formado de uma forma incrivelmente fácil! Concluiu-se que a experiência coletiva no processo, o movimento de todos e a comunicação fez a rede funcionar. Após a dinâmica, percebemos que durante a rede, nem todos os colegas estavam interligados, que havia concentração de informações em alguns pontos e que outros colegas estavam distantes, tentando sozinhos desfazer os “nós”. Pensando no significado de rede (várias linhas interligadas por pontos, formando “nós” e espaços vazios) e no significado de trama (tecelagem firme, onde todas as linhas se entrecruzam e dão sustentação a trama), adotamos por codinome grupal “Trama-SUS”, no sentido de ir além, de buscar mais que a rede, de cobrar maior eficiência, comunicação, resolutividade e conhecimento dos fios que tecem essa trama. Buscando uma sustentação maior para o SUS do que a que existe com o modelo de redes.