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De acordo com o modelo biomédico, as doenças advêm do exterior do corpo, invadindo-o e causando mudanças físicas dentro do mesmo, tendo também origem em mudanças físicas internas involuntárias. Entende-se hoje, que o processo saúde-doença vai além de questões apenas físicas, mas englobam questões sociais, como alimentação, moradia, educação etc. Por essa ótica a saúde no Brasil se organiza para atender o indivíduo para além da problemática da doença, enxergando o indivíduo, que busca atendimento em saúde, como um somatório das questões anteriormente citadas. Embora o SUS se estruture de forma a enxergar o indivíduo para além da doença, o modelo biomédico ainda se encontra muito presente no atendimento à saúde. Diante disso, percebeu-se a necessidade de além de descrever a experiência no estágio VER SUS PE, trazer um debate sobre como se estrutura atenção em saúde e refletir a forma de atendimento e o modelo de atenção. As vivências práticas realizadas nas unidades públicas de baixa e média complexidade ao longo da semana do estágio tinham como um dos objetivos principais investigar o modo no qual tem sido efetivado o conjunto de ações e serviços ofertados por tais instituições. Nessas experiências, foi possível visualizar a atuação de profissionais voltados para atendimentos que respeitam as condições e especificidades dos seus pacientes, que são compromissados com o cuidado e com a resolutividade inerente ao complexo processo de adoecimento. Não são inexistentes as atuações profissionais que contemplam as subjetividades do adoecimento, que consideram inquestionáveis a emergência de abordagens diferenciadas nas questões que tangenciam processo saúde-doença, tais como, clínica ampliada, humanização no atendimento e integralização das ações em saúde. Porém, não são essas atuações que são visualizadas majoritariamente. É inquestionável a necessidade de Romper com o paradigma do modelo biomédico, visto que, trata-se de um modelo entrelaçado a uma série de complexidades oriundas, primeiramente, do processo de formação dos profissionais de saúde, da dificuldade de desprendimento do cientificismo teórico aplicado à realidade e da desconsideração dos os aspectos socioeconômicos que envolvem a doença. É válido mencionar, também, as condições de trabalho nas quais os profissionais estão inseridos, pois, a incompatibilidade entre quantidade de tempo e demanda existente favorece a abordagem rápida e desprovida de uma investigação adequada.