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VER_SUS/BRASIL/RS E A GESTÃO DA SAÚDE EM MUNICÍPIOS DE PEQUENO E MÉDIO PORTE DA REGIÃO NORTE DO RIO GRANDE DO SUL
Resumo
A proposta de Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde – VER-SUS surge da articulação do Ministério da Saúde com o movimento estudantil. Visa possibilitar espaço de integração e contato com as formas de gestão e organização dos serviços, bem como conhecer as políticas públicas de saúde nos municípios, em articulação com a atenção, controle social e formação em saúde. Este trabalho objetiva analisar a relação da gestão com a atenção, controle social e formação em saúde em municípios de pequeno e médio porte da região norte do Rio Grande do Sul a partir do VER_SUS/Brasil/RS, fevereiro 2012. Trata-se de relato de experiência a partir do VER_SUS/RS na gestão em relação a atenção e controle social no sistema de saúde, nos municípios de Palmeira das Missões, Chapada e Novo Xingu. Os estudantes em diálogo com gestores e trabalhadores de saúde nos municípios apreenderam aspectos quanto aos modos de gestão do trabalho e da saúde. Dialogou-se com os usuários sobre efeitos e resolutividade do modo de gerir e atender na saúde. Eis os principais resultados: (a) os três municípios em análise, no que se refere à gestão na saúde, possuem características distintas e similares. São geridos por homens, dos quais, dois são agricultores; (b) em um dos municípios, observou-se rotatividade de gestores, que tem influenciado o processo de trabalho em saúde e na co-responsabilização entre atenção e gestão e dissociabilidade com o controle social; (c) noutro, foi notória a implicação e o controle da gestão nos aspectos de saúde e na inter-relação com outros setores no município, atenção e controle social; (d) e destaca-se município, o qual se organiza em um número menor de Secretarias. Nestas, possuem gestores-diretores. Há uma Secretaria nominada de Educação, Saúde e Assistência Social, com um Secretário, com direções por área. Observou-se que esta forma de organização facilita o contato entre gestores-diretores no trabalho em saúde. Também, neste município, há uma sintonia entre gestão, atenção e controle social, e o ‘controle’ centrado na gestão. A saúde, nestes municípios, tende a andar no compasso da gestão. A ação intersetorial facilita o trabalho e contribui para interferir no processo saúde-doença. Observou-se que a produção de saúde depende da articulação da gestão com a atenção, controle social e formação em saúde e que estes municípios, em seus cenários, procuram operar nesta composição, embora seja um constante desafio.