Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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VIVENCIANDO O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE: PERCEPÇÃO DE FACILITADORES DO PROJETO VERSUS CEARÁ
Dirce Helena dos Santos Sequeira, Rachel Belarmino Costa, Manuelle Maria Marques Matias, Francisca Jessika Nunes de Moura, Roniele Rodrigues de Souza, Antônio Uelton de Araújo da Silva, Wellington Gadelha Farias, Thaís de Sousa Florêncio, Aldenice Marques Lima, Delany de Pinho Rodrigues Fiúsa, Lucas de Sousa Ribeiro, Shalana Holanda Varela, Carolina Freire Sampaio

Resumo


CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA: A constituição de 1988 tratou pela primeira vez a saúde como um direito social, logo todos os cidadãos brasileiros teriam direito à saúde, sendo dever do Estado garanti-lo (PAIM, 2009). Fruto das reivindicações dos movimentos sociais, em especial dos que participaram da Reforma Sanitária, o Sistema Único de Saúde (SUS) foi uma conquista importante e um modelo contra hegemônico, uma vez que está baseado na universalidade, na equidade e na integralidade. Com o intuito de investir na formação dos profissionais e trabalhadores da rede de atenção à saúde que compõe o SUS, surgiu o Projeto VER-SUS (Vivências e Estágios na Realidade do SUS). O projeto tem como proposta a formação de profissionais engajados e comprometidos eticamente na luta pelo direito à saúde de qualidade e consequentemente que trabalhem para o fortalecimento do SUS. Dentro dessa proposta, o Ceará se configura como um estado de vanguarda nessa metodologia, sendo o primeiro estado brasileiro a realizar o VER-SUS após sete anos da última experiência. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: Para a realização do VER-SUS/CE foram selecionados 30 estudantes de 12 cursos de graduação. Estes permaneceram em imersão total em uma casa na cidade de Fortaleza durante 15 dias do mês de janeiro. Quanto ao processo de trabalho, foram formadas seis equipes, onde cada facilitador estaria responsável por um grupo de quatro estudantes. Por sua vez, cada equipe ficaria responsável por uma Secretaria Executiva Regional de Saúde (SER). Cada facilitador era responsável, durante todo o processo da vivência, por fomentar as discussões sobre tudo que estava sendo vivido, levando à equipe às reflexões críticas de como se processa o conceito de saúde nas diversas esferas, desde o território, a comunidade, à atenção de alta complexidade. Para registro das experiências, foram utilizados diários de campo individuais, os quais foram confeccionados a partir da metodologia da observação participante. Houve ainda a confecção de uma sistematização coletiva, onde cada uma das seis equipes compartilha de uma visão coletiva da vivência experenciada. A síntese criativa de cada regional ajudou a compor essa sistematização, onde foi possível expressar através da arte alguns momentos vividos em grupo. EFEITOS ALCANÇADOS: Experienciar os setores do SUS ao longo desses 15 dias de vivência representou para nós momento importantíssimo na nossa constituição como indivíduos sociais e políticos, tal que percebemos que o SUS é parte da vida do povo e não pode se dissociar dela. Não há como compartimentalizá-lo, pois ele vai além de instituições, é a própria saúde que se acontece no meio do povo, nos gestos mais ínfimos de cuidado, seja na casa, rua, na comunidade ou em qualquer outro lugar em que a saúde seja compreendida em seu conceito ampliado. RECOMENDAÇÕES: Os documentos produzidos se configuram como um instrumento para outros acadêmicos que ainda não tiveram a oportunidade de vivenciar o SUS, como também poderá ser útil nas avaliações de todo o processo do próprio VER-SUS, potencializando as qualidades e corrigindo possíveis falhas.