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PERFIL DO ADOLESCENTE SOROPOSITIVO ACOMPANHADO NA CONSULTA DE ENFERMAGEM EM UM AMBULATÓRIO ESPECIALIDAZADO.
Resumo
Adolescente segundo o ECA é o individuo com faixa etária de doze a dezoito anos, havendo uma extensão da idade até vinte e um anos em casos determinado pelo mesmo estatuto. A fase da adolescência é aquela onde ocorre uma transformação da criança em adulto, onde há mudanças corporais que é a chamada puberdade, mudanças mentais, emocionais e sociais, para sociedade essa fase é conhecida como a fase da rebeldia, onde o adolescente faz o que quer sem pensar no seu futuro, além disso, e na adolescência que termina a formação da personalidade da pessoa, mas para que haja a total formação alguns adolescentes se colocam ou são colocados em situações de risco se tornando mais vulneráveis do que já são devido à fase em que se encontram. Um desses riscos é de se contaminar com o vírus do HIV∕AIDS, devido às mudanças corporais e a pressão da sociedade principalmente dos amigos, visto que o adolescente quer pertencer e ser aceito pelo grupo que identifica e muitas das vezes eles não se encontram preparados para uma vida sexual ativa e segura outra situação é o uso de drogas ilícitas que trazem a sensação de independência dos pais ou responsáveis. HIV é a sigla do vírus da imunodeficiência humana, causador da AIDS, ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. As células mais atingidas são os linfócitos T CD4+. E é alterando o DNA dessa célula que o HIV faz cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção. A pessoa pode ser soropositiva, mas não desenvolver a doença AIDS, diante desse fato a pessoa não desenvolve a sintomatologia, mas pode contaminar outras por meio de relações sexuais sem o uso do preservativo, via vertical e pela amamentação, além do uso de fômites contaminados com o vírus que são compartilhados principalmente agulhas entre usuários de drogas injetáveis. O presente projeto tem como objetivo montar o perfil dos adolescentes soropositivos acompanhados na consulta de enfermagem em um ambulatório especializado em doenças infecto-parasitária (DIP) em um Hospital Universitário do município do Rio de Janeiro, além de conhecer as necessidades que eles possam ter ao longo do tratamento dando suporte aos mesmos. A metodologia utilizada para realização desse estudo é do tipo descritivo com abordagem quantitativa é esta sendo desenvolvido em um ambulatório especializado na saúde do adolescente (Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente) de um Hospital Universitário do Rio de Janeiro. A coleta de dados está sendo realizado por meio de pesquisa em prontuários e questionários com questões abertas e fechadas, que tem os seguintes questionamentos: idade, data de nascimento, sexo, estado civil, escolaridade, se trabalha, onde reside, via de transmissão, sexarca, se faz uso de preservativo, se tem filhos, se tem conhecimento do porque do tratamento, como reagiu quando soube do diagnóstico, expectativas do tratamento, se já sofreu algum tipo de discriminação, se todas as pessoas do se convívio intimo tem conhecimento do HIV∕AIDS, se já tiveram alguma doença oportunista, se estão satisfeitos com o atendimento que é lhe dado e a renda familiar. Os dados são coletados uma vez por semana quando os adolescentes soropositivos vão à consulta médica em que fazem acompanhamento, logo depois, os dados são analisados e com o auxilio do programa de informática Microsoft Excel que permite agrupa as informações para construção de tabelas de dados, o que nos permite o melhor conhecimento do perfil dos adolescentes que são atendidos. O resultado da coleta de dados foram os seguintes: 74 pessoas foram atendidas na DIP com HIV\AIDS, onde 53%(39pessoas) são do sexo feminino e 47%(35 pessoas) são do sexo masculino. Quanto à idade 60%(45pessoas) está na faixa que é considerado adolescente, ou seja, entre 12 anos e 18 anos de idade, e os outros se encontram na seguinte porcentagem: 28%(20pessoas) na faixa etária de 19 a 25 anos; 7%(5pessoas) se encontram na faixa etária acima de 25 anos de idade e 5%(4pessoas) não foi informado à idade. A via de transmissão que predomina é a vertical com 55%(42pessoas), depois a via sexual com apenas 7%(5 pessoas) e a por meio de fômites onde foi encontrado apenas 2%(1 pessoa) dos casos e 36%(26pessoas) não foi informado à via de transmissão. Desde 74 adolescentes foram verificado que 64% (47pessoas) fazem uso de antirretrovirais que são divididos em classes de acordo com seus mecanismo de ação podendo ser: Inibidores Nucleosídeos da Transcriptase Reversa - atuam na enzima transcriptase reversa, incorporando-se à cadeia de DNA que o vírus cria. Tornam essa cadeia defeituosa, impedindo que o vírus se reproduza. São eles: Zidovudina, Abacavir, Didanosina, Estavudina, Lamivudina e Tenofovir.Inibidores Não Nucleosídeos da Transcriptase Reversa - bloqueiam diretamente a ação da enzima e a multiplicação do vírus. São eles: Efavirenz, Nevirapina e Etravirina.Inibidores de Protease – atuam na enzima protease, bloqueando sua ação e impedindo a produção de novas cópias de células infectadas com HIV. São eles: Atazanavir, Darunavir, Fosamprenavir, Indinavir, Lopinavir/r, Nelfinavir, Ritonavir e Saquinavir.Inibidores de fusão - impedem a entrada do vírus na célula e, por isso, ele não pode se reproduzir. É a Enfuvirtida.Inibidores da Integrase – bloqueiam a atividade da enzima integrase, responsável pela inserção do DNA do HIV ao DNA humano (código genético da célula). Assim, inibe a replicação do vírus e sua capacidade de infectar novas células. É o Raltegravir. Para combater o HIV é necessário utilizar pelo menos três antirretrovirais combinados, sendo dois medicamentos de classes diferentes, que poderão ser combinados em um só comprimido. Dos adolescentes,25% (6 pessoas) são assintomáticos, ou seja, não utilizam antirretrovirais e 29%(21 pessoas) não foram informados, além disso, 21%(16 adolescentes) mantêm ou são sexualmente ativos desses 16 adolescentes 33%(6 pessoas) que fazem uso de algum método contraceptivo os mais utilizados são “camisinha”\preservativo com 13%(3 pessoas) ,anticoncepcional12% (2 pessoas) e ambos 7%(1 pessoa) e os outros 67%(10 pessoas)não foi informado, atualmente uma adolescente se encontra grávida no sexto mês de gestação de um menino e outra já é mãe. Os outros adolescentes 5%(5pessoas)não são sexualmente ativos e 74%(53 pessoas) não foi informado sobre a vida sexual. Quanto a historia social dos adolescentes foram encontrados os seguintes dados: 43%(31pessoas)moram na zona norte do Rio de Janeiro, 15%(12 pessoas) moram na zona oeste, 10%(7 pessoas) na baixada fluminense, no centro e na região dos lagos são 3%(2pessoa) cada local, na zona sul 2% (1 pessoa) e 24%(18 pessoas)não foi informado a localidade onde residem. E quanto a renda 20%(15 pessoas) sobrevivem com uma renda de um a dois salários minino,4%(3pessoas) tem renda de três a quatro salários mínimo e 1%(1 pessoa) tem uma renda entre cinco ou mais salários mínimo e também a mesma porcentagem sobrevive com menos de um salário mínimo e 73%(54 pessoas) não foi informado, apenas 8%(6 pessoas) está empregado seja no mercado formal ou informal,18%(16 pessoas) não trabalham e 74%(54 pessoas) não foi informado se possui algum emprego. A grande maioria não possui emprego por se encontrarem em idade escolar com isso 18%(14 pessoas) possuem ou estão cursando o ensino fundamental que vai desde os jardins até a oitava serie ou nono ano e outros 22% (16 pessoas) estão cursando ou já terminaram o ensino médio, não foi informado a escolaridade de 60%(44pessoas). Diante dos seguintes dados apresentados foi possível alcançar o objetivo proposto por esse estudo e que também constatamos que o ambulatório reflete os dados encontrados no Brasil inteiro que está havendo uma feminização do HIV∕AIDS e que a faixa etária mais vulnerável são os jovens entre quinze e vinte e quatro anos principalmente os homossexuais e as pessoas que já são portadoras do vírus. Os principais problemas encontrados na assistenciaa esse grupo sao: revelacao do diagnostico, orfandade,desestruturacao familiar e inicio da atividade sexual. Quando os adolescentes não sabem da doença, o atendimento médico pode ficar prejudicado, pois a equipe médica não conversa abertamente sobre a aids e suas implicações na vida. Além disso, compromete a adesão e o autocuidado, já que o paciente não se cuida corretamente. Os adolescentes precisam conhecer sua sorologia e ser informados sobre os diferentes aspectos e consequências da infecção para se tratar de uma forma adequada. É importante nesse processo o apoio da família, amigos e dos médicos, porque ajuda o jovem a compreender sua condição e se fortalecer apesar da nova realidade. Subtipos do HIV Segundo a uma pesquisa realizada pela Fundação Oswaldo Cruz mostrou que no Brasil que há dois tipos do vírus HIV no Brasil. O HIV 1 “... causador da epidemia mundial de Aids, pode ser dividido em três grupos (M,N e O). O grupo M, que é o mais abundante, é dividido em dez subtipos (que vão de "A" a "J") e outras dez formas recombinantes que incluem partes dos subtipos puros. No Brasil, encontramos o subtipo B como predominante (80% das infecções), seguidos do subtipo F e subtipo C (tem maior prevalência na região Sul do Brasil)” Ele é mais comum nos casos de transmissão vertical e sexual. O HIV 2 provoca evolução mais lenta da doença e é resistente a alguns antirretrovirais. Os vírus apresentam características biológicas diferentes e exigem tratamentos específicos, dos 19 remédios que integram o coquetel antiaids, o HIV-2 apresenta resistência a apenas a um dos antirretrovirais. Enfermagem O enfermeiro que tem contado direto com os adolescentes tem que está aberto ao dialogo e não ter pré-conceitos com o adolescente e também saber lhe dar com os de faixa etária mais nova entre 12 e 14 anos que não compreende muito sobre o HIV\AIDS, o enfermeiro também tem papel educativo através da educação em enfermagem que visa levar mais informações ao adolescente não só os soropositivos, porém dando mais atenção a eles visto que esses já tem acesso às informações, porém não colocam em prática. “O profissional de enfermagem, ao planejar e ao desenvolver ações junto à população adolescente, principalmente atividades educativas, deverá estar aberto ao diálogo e sensível para perceber as necessidades do grupo, de forma que os conteúdos abordados atendam às expectativas dos próprios adolescentes..., as necessidades apresentadas pelos adolescentes devem diferir para os portadores do HIV (não doentes na concepção dos jovens), e para o grupo que se encontra com sintomas da aids (doentes para os jovens).Não se trata aqui apenas de discutir quais são as necessidades físicas de cuidados; mas, sobre tudo, de refletir a partir de quais conteúdos as necessidades psicossociais se estruturam e a partir de quais estratégias poderão ser atendidas ou transformadas.” Hoje em dia uma das estratégias de prevenção do governo é justamente a educação em saúde desenvolvendo atividades entro do ambiente escolar. Referências Brasil. Ministério da Saúde disponível em < http: //www.aids.gov.br/> acessado em 11 de março de 2012.Revista veja disponível em <http: //veja.abril.com.br/noticia/saude/entenda-a-diferenca-entre-hiv-1-e-hiv-2-causadores-da-aids> acessado em 11 de março de 2012.Thiengo,M.A; Oliveira,C.D; Rodrigues,B.M.R.D. Representações sociais do HIV/AIDS entre adolescentes: implicações para os cuidados de enfermagem. Rev Esc Enferm USP 2005; 39(1): 68-76.