Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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VIVENTES DISCUTINDO A FORMAÇÃO/FORMATAÇÃO EM SAÚDE
Anderson Luis Schmitz, Bárbara Andres, Jaqueline Arboit, Lairton Bueno Martins, Andressa Caroline Luft Pilati, Graziela Piovesan, Liamara Denise Ubessi, Liane Beatriz Righi, Alex Barcelos Monaiar, Vanessa Fátima Schons

Resumo


A partir da articulação entre estudantes universitários e os movimentos sociais, surge no estado do Rio Grande do Sul, em 2001, a proposta de Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde – VER-SUS, tendo como foco principal possibilitar que estudantes conheçam e vivenciem a realidade do SUS. Nos espaços proporcionados pelo VER-SUS discute-se a formação que temos, e qual a formação que queremos, buscando articulação entre todos os elementos que são necessários para criar um contexto de formação mais favorável às transformações nas/das práticas de saúde e de educação, visando o fortalecimento do SUS. Este trabalho objetiva relatar efeitos do VER-SUS Brasil Palmeira das Missões/RS sobre a problematização quanto a nossa formação/formatação. Trata-se de um relato de experiência, qualitativo e descritivo, desenvolvido a partir das Vivências no VER-SUS Palmeira das Missões. Durante as vivências proporcionadas pelo VER-SUS os estudantes questionaram o acesso à educação e a ação de se graduar, a excessiva carga horária curricular concentrada dentro e fora da sala de aula, o que impossibilita na maioria das vezes a participação em outras atividades, como extensão e outras que dialoguem com a comunidade, bem como quais são os espaços em que ocorre a promoção da autonomia estudantil. Outro questionamento é que a formação tradicional em saúde reproduz uma visão centrada nas técnicas biomédicas, limitando a construção de outros saberes que considere as necessidades de saúde e sociais. As aprendizagens relativas ao acolhimento dos usuários nos serviços de saúde terminam substituídas pela reprodução de uma imagem com tratamento impessoal e uma visão/ação autoritária e alienada da educação em saúde. Discutiu-se que a maioria das instituições de ensino formam profissionais na lógica capitalista e mercantilizadora da saúde e da vida. Desta forma, “fôrma”, importa a rediscussão do projeto político pedagógico de cursos da área da saúde e afins, para que estes profissionais venham desde a base, que é a graduação, cientes que há potências no SUS, e que as mesmas dependem de todos os seus atores e de uma educação ampliada na produção de saúde. Para os estudantes, estes espaços de Vivências tornam-se de fundamental importância, pois possibilitam momentos de reflexão e discussão à cerca da educação e sua interface com a saúde. O VER-SUS constitui-se um dispositivo potente de contágio que interroga e pode “trans-formar” a fôrma tradicional da ação de formar em saúde.