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VIVÊNCIAS E ESTÁGIOS NA REALIDADE DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE/VER-SUS – Lages (SC): EDUCAÇÃO TRABALHO E CIDADANIA
Resumo
VIVÊNCIAS E ESTÁGIOS NA REALIDADE DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE/VER-SUS – Lages (SC): EDUCAÇÃO TRABALHO E CIDADANIA Izabella Barison Matos – Prof.ª Adjunta – Saúde Coletiva/UFRGS – Marilise Mesquita Horn (DAOP- UFRGS) e Erica Mallman Duarte (DAOP – UFRGS) Resumo expandido: CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA: As DCNs para os cursos de graduação na área da saúde (promulgadas entre 2001 e 2004) resultaram na elaboração de um conjunto de referenciais que aponta novas capacidades profissionais. Já há algum tempo constata-se a inadequação da formação dos profissionais de saúde, em todos os níveis e às necessidades do SUS. Assim, a construção de novas práticas acadêmicas (curriculares e metodológicas) é incentivada pelo Ministério da Educação e a internalização de novas posturas profissionais, mais comprometidas com as necessidades da população, aspirada pelo Ministério da Saúde. Tais Ministérios preconizam o reconhecimento da conexão entre as esferas do trabalho e da educação como implicadora na ampliação do conceito de saúde almejando a transição de um modelo de atenção que contemple a promoção da saúde e não da doença. Dito de outra forma, destaca-se como postulado a articulação entre a universidade e a rede de serviços públicos de saúde como estratégia transformadora do aprendizado da formação das profissões da saúde; tendo como referência a realidade sanitária e socioeconômica da população (BRASIL, 2007). Mas, em que pese o fato das DCNs teoricamente terem superado o enfoque “conteudista” dos antigos currículos mínimos, passando a definir competências e habilidades específicas para os cursos de graduação, o que se tem visto é o fortalecimento de antigas práticas: sejam elas de assimilação e valorização de conhecimento tecnológico de alta complexidade, da manutenção de conteúdos programáticos e cargas horárias focadas nas especialidades/especialização (PIERANTONI, 2001). Nas palavras de Ceccim et al.(2008, p.1570) “mudaram as formas mas não as forças que as constituem”. Assim, considerando a necessidade de promover vivências positivas caracterizadas por inovações na educação de profissionais da saúde e na atenção básica o projeto do Ministério da Saúde: Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde/VER-SUS, em parceria com a UFRGS, caracteriza-se como um dispositivo interrogador do processo de formação/educação de estudantes e docentes, uma vez que a “formação de profissionais orientada pelo interesse público deve constituir-se na “alma (...) no processo de ensino-aprendizagem (...) para se chegar a formar uma nova autoridade profissional” (CECCIM et al, 2008, p.1577) e possibilitar a absorção destes profissionais pelas políticas públicas de saúde. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: A iniciativa VER-SUS/Lages (SC), realizada de 10 a 17 de julho de 2011, configurou-se em um projeto-piloto coordenado por docentes do curso de graduação Análise de Políticas e Sistemas de Saúde (APSS) - Bacharelado em Saúde Coletiva da UFRGS com participação de estudantes e docentes da Saúde Coletiva, Odontologia, Medicina, Serviço Social, Psicologia, Fisioterapia, da UFRGS e da Universidade do Planalto Catarinense (UNIPLAC). Assim, como dispositivo interrogador do processo de formação/educação de estudantes e docentes, o VER-SUS Lages - Educação, Trabalho e Cidadania – consistiu em vivências diárias nos serviços de saúde da atenção básica do SUS, no cotidiano acadêmico de formação inovadora e na atuação articulada de instâncias do controle social; com avaliação sistemática destas vivências. Ou seja, estudantes e docentes tiveram oportunidade de conhecer desenhos curriculares não- disciplinares de cursos de graduação em saúde; o uso de Metodologias Ativas de Aprendizagem; verificar forte interação entre ensino-serviço-controle social; conhecer as iniciativas de interiorização/fixação de profissionais por meio das graduações/ residências em Medicina de Família e Comunidade e Multiprofisional em Saúde,cujo foco dos trabalhos de conclusão de curso são temas de interesse tanto da academia como dos serviços; entender a rede básica de serviços de saúde como cenário de prática e não somente campo de estágio; vivenciar reunião do Conselho Municipal de Saúde e atuação sintonizada com Secretaria Municipal de Saúde e Juizado da Vara Estadual da Fazenda, ambos articulados em defesa do SUS; bem como iniciativas de promoção da saúde de ONG atuando junto a profissionais do sexo e ações do Instituto Paternidade Responsável e criação de um Laboratório de DNA, cuja parceria tem permitido atuação relevante junto à comunidade da Serra Catarinense. EFEITOS ALCANÇADOS: Implicados vivenciaram conquistas e desafios de um sistema complexo e amplo como o SUS. A agenda pós-VER-SUS resultou em dissertação de mestrado do PPGEdu - UFRGS, tema de projeto de pesquisa/TCC Bacharelado em Saúde Coletiva da UFRGS, artigos em elaboração a serem submetidos a periódicos Qualis, blogs, apresentação da vivência em eventos internos e externos à UFGRS, vídeo e demanda de realização de “VER-SUS/2-Lages (SC) realizado em fevereiro/março de 2012. Possibilidade de proporcionar criação de novas relações de compromisso e cooperação entre estudantes, docentes, gestores de saúde, instituições de ensino superior e movimentos sociais. REFERÊNCIAS Brasil. Ministério da Saúde. Ministério da Educação. Programa Nacional de Reorientação Profissional em Saúde. Pró-Saúde. Brasília DF; 2007. Ceccim RB, Pinto LF. A formação e especialização de profissionais de saúde e a necessidade política de enfrentar as desigualdades sociais e regionais. Revista Brasileira de Educação Médica, 31 (3), p.266-277; 2007. Ceccim RB, Armani TB, Oliveira DLLC, BIilibio LF, Moraes M, Santos ND. Imaginários da formação em saúde no Brasil e os horizontes da regulação em saúde suplementar. Ciência & Saúde Coletiva, 13(5): 1567-1578, 2008. Pierantoni C R. As reformas do Estado e recursos humanos da saúde. limites e possibilidades. Ciência & Saúde Coletiva. Rio de Janeiro: ABRASCO, v.6, n.2, p.341-360; 2001.