Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


Tamanho da fonte: 
A experiência de construção do Apoio Institucional aos municípios pela Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro: um outro lugar possível ao estado?
Tatiana Clarkson, Fabiani Gil, Mônica Guedes

Resumo


Em 2007 a Superintendência de Atenção Básica do Estado passa a denominar sua equipe de apoiadores institucionais, os dividindo pelas regionais do estado e pondo como função acompanhar a saúde dos municípios, servindo de referência para estes. Em concomitância a esse processo é criada a Coordenação da Política de Humanização do Estado que em interface com a então Superintendência de Unidades Próprias levaria as propostas da política ao âmbito hospitalar através da criação de uma equipe de apoiadores institucionais. Utilizou-se do dispositivo de Acolhimento e Classificação de Risco (ACCR) para iniciar o trabalho junto a essas unidades, e a partir de 2010 com as inaugurações das UPAs Municipais essa equipe passa a ser responsável também por capacitar os profissionais que irão trabalhar nestas unidades. Nas oficinas eram comuns os questionamentos dos profissionais da saúde do município – conhecedores da realidade local, sobre os fluxos e os encaminhamentos a partir da UPA. Afinal, estabilizado o paciente, para onde o encaminhamos para continuidade do cuidado? Nesse momento a parceria da então Assessoria da Política de Humanização com a Superintendência de Atenção Básica e a sua equipe de apoiadores foi de grande importância para que anterior a inauguração das UPAs se pudesse iniciar diálogo com os gestores municipais, discutindo o lugar da unidade na rede local, a organização dos fluxos, compreendendo o lugar central da atenção básica enquanto coordenadora do cuidado. Hoje se compreende que assim como a UPA, outras ações puderam, podem e devem se tornar dispositivo para abertura de rodas e maior diálogo e apoio aos municípios. Assim pode ser as discussões sobre a linha de cuidado da tuberculose, ou a organização da rede municipal na situação de epidemia de dengue, ou mesmo as situações de catástrofe como as que a SES/RJ se deparou na região serrana. Foram e são experiências importantes as oficinas regionais de co-financiamento assim como de discussão do PMAQ puxadas pela equipe de apoiadores da AB. Nesse momento não só a equipe de humanização é chamada a participar desse processo de fortalecimento do apoio as regiões, como as áreas técnicas programáticas da secretaria. Está lançado o desafio da integração da SES para melhor apoiar os municípios regionalmente. Tem sido comum ouvir, como resposta a esse processo, o apontamento pelos municípios do lugar diferenciado do estado que mais do que cobrar e auditar, tem estado junto e parceiro nessa construção da saúde.