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A ESCUTA ATIVA COMO FERRAMENTA AO AUTOCUIDADO: AS VIVÊNCIAS DE ACADÊMICOS DA UNIPAMPA ATRAVÉS DE VISITAS DOMICILIARES À USUÁRIA DO PISC
Resumo
Esse trabalho visa narrar as vivências dos bolsistas do Programa Práticas Integradas em Saúde Coletiva (PISC) do campus Uruguaiana, que por meio de visitas domiciliares- VDs feitas de forma interdisciplinar vem prestando cuidados junto as comunidades das Unidades Básicas de Saúde. A visita domiciliar constitui-se como um momento rico, no qual se estabelece o movimento das relações, ou seja, a escuta qualificada, o vínculo e o acolhimento, favorecendo que o usuário se tornarem mais independentes na sua própria produção de saúde.(1). Nesse contexto objetivamos apresentar reflexões sobre a importância das VDs realizada a uma usuária idosa portadora de artrite reumatóide e úlcera venosa, tendo em vista a escuta ativa como busca de motivação para o autocuidado. Metodologicamente as VDs são feitas uma vez na semana , com duração de uma hora e meia,de forma interdisciplinar, onde ouvimos a usuária e buscando identificar sua necessidades, além de realizamos os cuidados necessários. Ao iniciarmos as VDs a usuária, foi notória a visão limitante da mesma em relação ao reconhecimento das possibilidades de melhora em sua qualidade de vida, tendo em vista a a falta de motivação para o autocuidado. A condição de idade associada as doenças e a um certo abandono por parte da família fez com que nos últimos meses a mesma senti-se descrente das possibilidades de melhora e de continuidade de suas tarefas da vida cotidiana. Tais mudanças passam desta forma a repercutir não somente em sua condição física como também psicológica. Logo nas primeiras visitas identificamos que em função das doenças e fatores psicossociais envolvidos nesse contexto, a escuta ativa seria fundamental no processo de motivação do autocuidado da mesma. Nesse sentido, a escuta ativa caracteriza-se como a capacidade do profissional de propiciar um espaço para que o usuário possa expressar aquilo que sabe, pensa e sente em relação a sua situação de saúde, bem como para responder às reais expectativas, dúvidas e necessidades deste.(2). Sendo autocuidado, ações e práticas de atividades por parte dos indivíduos em relação ao próprio benefício,a promoção deste deve representar a visão de saúde não como um objetivo em si, mas como um recurso fundamental para a vida cotidiana. (3). Tendo em vista a relevância de tornar o usuário protagonista do seu cuidado, nosso interesse em trabalhar o autocuidado foi pautado pelo pressuposto que o a atitude de cuidar não pode ser apenas uma pequena e subordinada tarefa das práticas de saúde, mais deve ser percebida em suas necessidades específicas e particulares de cuidado, relativas a seus problemas fisiopatológicos, afetivos e sociais para que o enfrentamento das situações vividas possa ser realizado de forma mais harmônica no contexto domiciliar.(4).Concluímos desta forma, que ao longo das visitas à usuária, podemos planejar melhor as ações a serem desenvolvidas, pois por meio da escuta conseguimos compreender suas reais necessidades dentro do contexto em que ela estava inserida. Com esta vivência, percebemos a importância da escuta ativa como fonte de promoção do autocuidado e reabilitação. Bem como a melhora da usuária, pois esta ficou mais sensibilizada em relação ao protagonismo no cuidado de sua saúde.