Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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A ESCUTA ATIVA COMO FERRAMENTA AO AUTOCUIDADO: AS VIVÊNCIAS DE ACADÊMICOS DA UNIPAMPA ATRAVÉS DE VISITAS DOMICILIARES À USUÁRIA DO PISC
Mariane Oliveira, Odete Torres, Rochele Santana, Danielle Scholz, Felipa Bassante, Maria de Lurdes

Resumo


Esse trabalho visa narrar as vivências dos bolsistas do Programa Práticas Integradas em Saúde Coletiva (PISC) do campus Uruguaiana, que por meio de visitas domiciliares- VDs feitas de forma interdisciplinar vem prestando cuidados junto as comunidades das Unidades Básicas de Saúde. A visita domiciliar constitui-se como um momento rico, no qual se estabelece o movimento das relações, ou seja, a escuta qualificada, o vínculo e o acolhimento, favorecendo que o usuário se tornarem mais independentes na sua própria produção de saúde.(1). Nesse contexto objetivamos apresentar reflexões sobre a importância das VDs realizada a uma usuária idosa portadora de artrite reumatóide e úlcera venosa, tendo em vista a escuta ativa como busca de motivação para o autocuidado. Metodologicamente as VDs são feitas uma vez na semana , com duração de uma hora e meia,de forma interdisciplinar, onde ouvimos a usuária e buscando identificar sua necessidades, além de realizamos os cuidados necessários. Ao iniciarmos as VDs a usuária, foi notória a visão limitante da mesma em relação ao reconhecimento das possibilidades de melhora em sua qualidade de vida, tendo em vista a a falta de motivação para o autocuidado. A condição de idade associada as doenças e a um certo abandono por parte da família fez com que nos últimos meses a mesma senti-se descrente das possibilidades de melhora e de continuidade de suas tarefas da vida cotidiana. Tais mudanças passam desta forma a repercutir não somente em sua condição física como também psicológica. Logo nas primeiras visitas identificamos que em função das doenças e fatores psicossociais envolvidos nesse contexto, a escuta ativa seria fundamental no processo de motivação do autocuidado da mesma. Nesse sentido, a escuta ativa caracteriza-se como a capacidade do profissional de propiciar um espaço para que o usuário possa expressar aquilo que sabe, pensa e sente em relação a sua situação de saúde, bem como para responder às reais expectativas, dúvidas e necessidades deste.(2). Sendo autocuidado, ações e práticas de atividades por parte dos indivíduos em relação ao próprio benefício,a promoção deste deve representar a visão de saúde não como um objetivo em si, mas como um recurso fundamental para a vida cotidiana. (3). Tendo em vista a relevância de tornar o usuário protagonista do seu cuidado, nosso interesse em trabalhar o autocuidado foi pautado pelo pressuposto que o a atitude de cuidar não pode ser apenas uma pequena e subordinada tarefa das práticas de saúde, mais deve ser percebida em suas necessidades específicas e particulares de cuidado, relativas a seus problemas fisiopatológicos, afetivos e sociais para que o enfrentamento das situações vividas possa ser realizado de forma mais harmônica no contexto domiciliar.(4).Concluímos desta forma, que ao longo das visitas à usuária, podemos planejar melhor as ações a serem desenvolvidas, pois por meio da escuta conseguimos compreender suas reais necessidades dentro do contexto em que ela estava inserida. Com esta vivência, percebemos a importância da escuta ativa como fonte de promoção do autocuidado e reabilitação. Bem como a melhora da usuária, pois esta ficou mais sensibilizada em relação ao protagonismo no cuidado de sua saúde.