Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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Algumas reflexões sobre a atividade de matriciamento das equipes do PSF-Borel
Vera Helena Juliano Pereira, Luiz Fernando Chazan

Resumo


Caracterização do problema: o apoio matricial representa uma nova forma de integração entre a atenção primaria e a especializada, desenvolvido originalmente a partir da saúde mental, sendo o processo de trabalho fundamental do NASF (Núcleo de Apoio a Saúde da Família). O encaminhamento dos casos para atendimento especializado é um dos problemas desta nova pratica. Descrição do problema: o apoio matricial a 3 equipes do PSF-Borel inicia-se em 2009, com freqüência mensal, por psiquiatras da UERJ e psicólogo do CMS Heitor Beltrão. O atendimento psicológico se caracteriza por ser individual, preferencialmente sob forma de consulta conjunta, a partir da demanda da equipe, com 4/5 pacientes agendados por turno, resultando em encaminhamentos para atendimento psiquiátrico no apoio matricial ao PSF ou para CAPS-AD, CAPS-II e Policlínica da UERJ; atendimento psicológico no CMS e na Policlínica Hélio Pelegrino, sugestão de inclusão em atividades culturais e/ou esportivas, e retornos para consultas conjuntas. Em 2011, 37 casos foram registrados e analisados. Efeitos alcançados: o absenteísmo é um dos problemas encontrados, ocorrendo principalmente nos reagendamentos. O encaminhamento para serviços especializados também é complexo e não se tem informações sobre sua busca por atendimento e seu acolhimento, inclusão no tratamento e adesão. Fatores como a rotatividade de profissionais da ESF pela instabilidade e precarização dos vínculos empregatícios; a demanda excessiva; a não capacitação da equipe na atividade de matriciamento e a sobreposição de outras atividades no momento do matriciamento resultam na manutenção da estratégia de consulta clínica, mais próxima do modelo ambulatorial. Recomendações: A análise nos remete a necessidade de reorientação do trabalho, do modelo clínico de atendimento de casos para o trabalho interdisciplinar com as equipes, fortalecendo as consultas conjuntas, as reuniões regulares do matriciador com a equipe, a participação dos agentes comunitários na discussão de casos e a discussão sobre quando e como encaminhar, Isto pode se refletir em um limite dos casos agendado, com horários para as reuniões com a equipe, mas objetiva o empoderamento das equipes. É necessário desenvolver um sistema de comunicação para o acompanhamento dos encaminhamentos e ampliação da carga horária do profissional matriciador, alem da sistematização de dados dos atendimentos para o planejamento das ações e desenvolvimento de novas intervenções junto com a ESF. .