Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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A Gravidez na Adolescência e sua interface com a Vigilância da Saúde na CAP 5.2
Pires Daiana Ribeiro, Cardoso Juliana Rodrigues, Mateus Gislani Oliveira

Resumo


Introdução: A adolescência é um período de transformações fisiológicas e comportamentais, no qual o indivíduo busca identidade e inserção no seu grupo social. Nesta fase da vida os direitos e privilégios da criança são trocados pelos direitos e responsabilidades do adulto, (PINTO et al, 2009).A população jovem feminina representa uma porcentagem significativa das Equipes da Estratégia Saúde da Família da Coordenação da Área Programática 5.2 Campo Grande/Guaratiba Município do Rio de Janeiro. Segundo OLIVEIRA et al (2009) a gravidez na adolescência ocorre, geralmente, de modo inesperado, podendo estar relacionada à desinformação sobre o uso dos métodos contraceptivos e dos riscos advindos de relações sexuais desprotegidas. Sendo assim, quais dispositivos podem ser utilizados para garantir uma assistência integral à saúde do adolescente considerando a gestação precoce? Tomamos como objetivos, analisar a proporção de gravidez na adolescência na área de planejamento 5.2 e identificar estratégias de intervenção no campo da gravidez na adolescência. Metodologia: Este estudo parte de uma análise descritiva, utilizando relatório A2 da AP 5.2, SINASC e referências que contemplam esta temática. O Relatório A2 é anual e tem a função de consolidar os dados coletados de cada agente comunitário de saúde de uma mesma área/equipe. Permite que o gestor detecte os pontos vulneráveis da sua área e fundamente sua forma de atuação. Discussão: O estudo revela que o total de adolescentes cadastrados do sexo feminino na faixa etária de 10 a 19 anos foi de 25.229 usuários, representando 17% da população feminina da área. A análise da proporção de nascidos vivos por idade materna evidencia que na área de planejamento 5.2, 20,5% das gestantes são adolescentes, proporção essa maior do que a do Município do Rio de janeiro (16,6%) e do Brasil (19,9%). As adolescentes grávidas representam aproximadamente 2% do universo de gestantes do território, o que nos traz a estimativa de que a cada 5 anos, uma a cada 10 adolescentes da área engravidará. Conclusão: O estudo aponta para a necessidade de intensificação das ações no cuidado à saúde dos adolescentes e suas famílias. Dentre essas ações sugere-se o desenvolvimento de uma matriz de intervenção, pela gestão local, que visa garantir o acesso e orientação quanto a sexualidade, aos métodos contraceptivos, DST/AIDS e captação precoce da assistência pré-natal para este grupo de maior risco e vulnerabilidade.