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A Hanseníase é considerada um importante problema de saúde pública. Os estados reacionais, descritos como fenômenos agudos sobrepostos à evolução crônica e insidiosa desta doença, são os principais responsáveis por perda funcional de nervos periféricos gerando as incapacidades físicas. Os episódios reacionais mantêm-se como um dos grandes desafios para os Programas de Controle de Hanseníase em países endêmicos, a exemplo do Brasil. O objetivo desse estudo é avaliar o grau de implantação das ações de assistência aos estados reacionais em Hanseníase em serviços de atenção integral a hanseníase tipo I e II, a partir da qualidade do cuidado. O problema e a intervenção foram descritos através da árvore de problemas e do modelo lógico do programa (MLP), respectivamente, permitindo apresentar a racionalidade existente entre os componentes da intervenção: insumos, atividades, produtos, resultados e impactos. A partir do MLP foi desenvolvido o Modelo Teórico da Avaliação com a definição da abordagem e foco da avaliação, das matrizes de informação, de análise e julgamento, onde foram definidas as dimensões e sub-dimensões para análise do contexto e da intervenção, bem como, os critérios, indicadores e as pontuações que objetivaram os parâmetros da avaliação. A abordagem metodológica adotada foi à pesquisa avaliativa, de caráter normativo e formativo, utilizando métodos qualitativos e quantitativos. Os dados primários foram obtidos através de entrevistas com profissionais de saúde envolvidos com a intervenção e observação direta nos serviços e os secundários através da análise de documentos e prontuários. O estudo configurou-se como um estudo de casos múltiplos com vários níveis de análise imbricados. Os três casos foram unidades de saúde da AP 5.3 no município do Rio de Janeiro, visto que esta apresentou nos últimos anos os maiores coeficientes de detecção de casos novos. Os resultados mostraram que as ações de assistência aos estados reacionais encontram-se parcialmente implantadas nos três casos. O componente estrutural insumos avaliado a partir da sub-dimensão disponibilidade estava implantado nos casos e o componente atividades avaliado quanto à qualidade técnico-ciêntifica encontrava-se parcialmente implantado em todos eles. O contexto externo influenciava diretamente no acesso as referências aos serviços de atenção tipo III, enquanto o contexto organizacional possibilitou a ampliação dos serviços tipo I e organizou as referências na área na lógica da territorialização e construção de redes assistenciais em saúde.