Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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COMUNIDADE SANTA MARTA: um diagnóstico situacional participativo
Marcela Sfalsin das Chagas, Ana Carolina Torres, Ísis Botelho, Luísa Fraga, Sady Marchesin

Resumo


O Diagnóstico Situacional é uma ferramenta importante que facilita o planejamento das ações no contexto da ESF, visto que podemos trocar informações entre profissionais de saúde, gestores e população acerca das condições de vida de uma comunidade. Faz parte do diagnóstico conhecer a geografia de um determinado território, seus fluxos e fixos e as relações ali produzidas. A produção de um diagnóstico situacional não é estática, sua dinamicidade está condicionada às transformações que são passiveis de ocorrer em qualquer território vivo, portanto este é um processo flexível e contínuo. Este estudo foi realizado na Comunidade Santa Marta, onde tivemos como objetivo conhecer a sua história, suas necessidades e potencialidades e as condições de vida e saúde de seus habitantes. Em junho de 2011 fomos inseridos na Clínica de Família (CF) Santa Marta, enquanto equipe multiprofissional de residentes em Saúde da Família e durante três meses nos dedicamos a conhecer nosso território de atuação profissional, e os processos de trabalho das Equipes de Saúde da Família as quais vamos conjuntamente desenvolver um trabalho de dois anos. Através da observação participante, realizamos reflexões individuais e coletivas acerca das situações e questões que vislumbramos. Assim, temos como resultados alguns fragmentos de caracterização da comunidade, história, geografia, demografia, aspectos sócio-econômicos, as riquezas culturais, suas necessidades e potencialidades, suas redes sociais e de saúde, e a busca pelo entendimento das relações existentes na comunidade e desta com a Unidade de Saúde. Concluímos que, quando se visa uma atenção a saúde integral, é necessário conhecer os problemas e as necessidades de saúde da população de um território, e que essas não podem ser analisadas baseando-se apenas no contexto objetivo, por indicadores tradicionais. Precisamos entender toda a realidade subjetiva que há por trás disso, os valores, a cultura, os desejos, o corpo sem órgãos dos sujeitos individuais e coletivos desse lugar. Portanto, o diagnóstico situacional foi e continuará sendo mutável, a medida que mudam-se os olhares, mudam-se os papeis, mudam-se as impressões, mudam-se os reflexos e as reflexões. O que podemos apresentar neste “agora” é apenas um retrato de nossa vivência, ressaltadamente construído coletivamente, de forma participativa com os diversos atores que nos acolheram nesse período, incluindo os profissionais e a população desse território.