Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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A PROFISSIONALIZAÇÃO DE UMA FISIOTERAPEUTA BRASILEIRA E AS REPERCUSSÕES EM DAKAR-AFRICA
Michelle Guiot, Alvaro Camilo Dias Faria, Erenita Oliveira, Juliana Veiga, Hélia Pinheiro

Resumo


Desde 2003 a Junta de Missões Mundiais (JMM) - organização brasileira recruta jovens do Brasil para o Projeto Voluntários sem Fronteira onde equipes desenvolvem projetos de educação, esporte, saúde no continente africano. Em 2010 a autora do presente relato – então acadêmica do ultimo ano do curso de fisioterapia, que está inserida no projeto desde o seu inicio, foi convidada a participar de um núcleo da JMM denominado Centro Social Fábrica da Esperança–CSFE em Dakar/ Africa, onde a equipe se constituiria por voluntários e profissionais remunerados – médico, dentista, enfermeiro, nutricionista, educador físico, secretária, técnico saúde bucal, técnica em enfermagem, auxiliar serviços gerais e porteiro, do qual a Fisioterapia ainda não fazia parte deste cenário. Porém de 05/1/2011 a 28/2/2011 houve a possibilidade de aplicar o cuidar fisioterapêutico remetendo a sua prática baseada ao perfil de profissional Fisioterapeuta brasileiro, usando como premissa todo enfoque dado as suas experiências na atenção básica, vivenciadas através do curso de graduação em fisioterapia da Universidade Castelo Branco. A vivência por 18 meses no Projeto de Educação em Saúde–PES da mesma IES, que com a parceria da SMSDC-RJ favoreceu sua inserção em uma Unidade Básica de Saúde do bairro de Realengo - região carente do Rio de Janeiro, onde a participação dialógica e a construção coletiva com os diversos atores envolvidos contribuíram para a sua compreensão do cuidar em saúde, a importância da educação popular em saúde, o uso de tecnologias leves no cuidado como intercessores do processo, fundamentais para a adesão e autonomia cada vez maior da comunidade, e a inserção da fisioterapia de forma interdisciplinar na equipe foram o foco norteador para as ações no projeto africano da qual está inserida, favorecendo o êxito nas ações desenvolvidas em todos as ações realizadas no local, sob o foco da prevenção, promoção e recuperação da saúde. O que foi considerado uma quebra de paradigmas, baseado no olhar do senso comum onde o fisioterapeuta se responsabilizaria apenas pela reabilitação físico-funcional de seus pacientes. Os resultados do processo despertou na equipe da CSFE a importância do Fisioterapeuta inserido na equipe contratando dois fisioterapeutas à partir de 2012. Logo, sugere-se o encorajamento de diferentes experiências neste aspecto no intuito de quebrar paradigmas perante ao processo de valorização da integralidade do cuidado em saúde por equipes multiprofissionais.