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DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIAS E ESTRATÉGIAS MULTIFOCAIS NA PREVENÇÃO DE AGRAVOS TÓXICOS EM CRIANÇAS: IDENTIFICAÇÃO DE RISCO, EDUCAÇÃO E PREVENÇÃO ATRAVÉS DE UMA EXPERIÊNCIA EM SERVIÇO DE SAÚDE COMUNITÁRIA DO GRUPO HOSPITALAR CONCEIÇÃO (GHC-OTICS) RS
Resumo
Introdução: A elevada incidência de casos de intoxicação registrados no Rio Grande do Sul (cerca de 20.000/ano), principalmente em crianças menores de 10 anos (36% dos casos) representa, além de custos elevados para o SUS, uma preocupação com a segurança em saúde da população. Assim, se faz necessário o desenvolvimento de tecnologias e implantação de programas que visem à redução destas ocorrências através de abordagens de mapeamento de variáveis e estratégias de educação nos serviços de saúde. Objetivos: Desenvolver e implementar um programa multifocal visando a descrição das especificidades e características de produtos envolvidos em acidentes tóxicos e desenvolvimento de ações de educação e prevenção de acidentes envolvendo estes produtos com foco na segurança de crianças, junto à Estratégia de Saúde da Família (ESF) em uma parceria entre GHC-OTICS. Métodos: Em um planejamento multifocal realizou-se ações em: avaliação retrospectiva de características dos produtos envolvidos em episódios de intoxicação (saneantes, medicamentos e pesticidas) identificando os respectivos riscos; avaliação do perfil de conhecimento sobre risco tóxico dos responsáveis pelas crianças vítimas dos agravos em questão; capacitação dos profissionais dos ESFs para a abordagem da ação preventiva dos eventos de intoxicações; confecção de material técnico direcionado a educação em saúde dos profissionais; monitoramento dos impactos na ocorrência de casos de intoxicação em população exposta nas áreas de atuação das equipes de ESF capacitadas pela ação. Resultados: Foram revisados prontuários de casos de intoxicação, a partir deles foram feitas entrevistas nas residências dos acometidos e 254 entrevistas junto aos usuários da ESF. A média do escore geral do grau de conhecimento de risco tóxico dos usuários entrevistados foi de 2,55±0,7 (escala de 0-10). Nos resultados preliminares percebe-se que os escores referentes a informações, descarte e manipulação de medicamentos, saneantes e pesticidas, são itens que elevam a percepção de risco por parte dos entrevistados, mas há uma reduzida percepção de risco associada à indicação e uso de medicamentos bem como a percepção geral de risco das substâncias estudadas. Conclusões: O projeto terá continuidade nas atividades educativas de prevenção, bem como na reavaliação dos entrevistados quanto a nova percepção de risco tóxico, além do monitoramento dos acidentes. Através das diferentes abordagens desenvolvidas espera-se a redução no risco de acidentes tóxicos na população.