Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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DISPOSITIVOS DE CO-GESTÃO: EXPERIÊNCIA DO APOIO INSTITUCIONAL FESF-SUS
Caroline Castanho Duarte, Grasiela Damasceno Araújo, José Santos Souza Santana, Jerzey Timóteo Ribeiro Santos, Humberto Torreão Herrera

Resumo


O Apoio Institucional da Fundação Estatal Saúde da Família - FESF-SUS foi organizado para desenvolver lógicas de trabalho em saúde, junto às equipes municipais, que contribuíssem na transformação das práticas verticalizadas atuais em práticas participativas produtoras de autonomia e de mais qualidade para a gestão e cuidado da atenção básica nos municípios contratualizados. Para realizar esse trabalho de difícil mensuração, os Apoiadores, concursados da Carreira FESF-SUS, têm suas atividades orientadas pelo Plano de Trabalho Individual - PTI, ferramenta de gestão do trabalho adotada pela Fundação. A avaliação de desempenho, com base no PTI, está atrelada a gratificação mensal na remuneração do trabalhador. A utilização do PTI pela Equipe de Apoio Institucional foi desde cedo envolvida nas engrenagens educação permanente, planejamento estratégico e co-gestão, servindo assim como dispositivo de um trabalho vivo que atuasse no campo das demandas e ofertas da instituição, valorizando as singularidades da região apoiada e do apoiador em questão. Esse trabalho vivo se concretiza na agenda do apoiador, organizada em linha de tempo razoavelmente regular, com períodos que concentram a ação no território, com viagens e visitas aos municípios e equipes, intercalados por períodos de concentração na sede, em atividades colegiadas de análise, avaliação, educação permanente, planejamento e formulação, em frequências mensais, trimestrais e semestrais. Nesse movimento de co-gestão são organizadas ações e ferramentas de Apoio com base em necessidades do território, contexto e missão institucional, valor de uso, potencial como dispositivo para cada realidade singular e condição do apoiador como sujeito. A equipe encontra-se hoje na construção do terceiro PTI e, além do plano como produto, percebemos como resultados produzidos: soluções de informática e de rotinas para diversos elementos do processo de trabalho do apoiador (relatórios, cartografia, agenda, monitoramento, acolhimento, visitas, educação permanente, discurso e documentos institucionais); pactuação de fluxos interinstitucionais (rede de conversação lateral); estratégias e desenhos de regionalização e vínculo situacionalmente adequados; diversidade de espaços colegiados de participação na produção e co-gestão do projeto institucional; práticas perenes de educação permanente; decisões sobre atribuições e condições de trabalho dos apoiadores; decisões estratégicas institucionais com base na cartografia do apoio.