Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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ESTRATÉGIA DE QUALIFICAÇÃO DA GESTÃO E DA ATENÇÃO NO SUS: A ORGANIZAÇÃO DE REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE
Lêda Lúcia Couto de Vasconcelos, Mariana Bertol Leal, Cinthia Sampaio Cristo, Ana Lúcia de Assis Gurgel, Ana Cecília Miranda de Araújo

Resumo


Dentre os desafios do SUS está o de garantir a integralidade da atenção que inclui prover o cuidado aos usuários em todos os níveis assistenciais numa ação coordenada e cooperativa entre os serviços de saúde. A transição de modelos assistenciais pressupõem a construção permanente de estratégias de inovação na organização e na gestão do sistema de saúde. Assim, propõe-se o uso de instrumentos tecnológicos de gestão da clínica, como as linhas de cuidado, potentes para reduzir a fragmentação dos serviços e superar a lógica de organização da assistência centrada no saber médico e voltada para o cuidado de doenças agudas. As linhas de cuidado podem ser entendidas como um modo de organizar e gerir os serviços de saúde e o processo de trabalho, buscando garantir o cuidado integral do usuário, de modo responsável, oportuno, coordenado e de acordo com suas necessidades, ao longo de todo o percurso que esse usuário faz nos pontos de atenção (serviços de saúde), em uma rede regionalizada de atenção à saúde. Trata-se de uma estratégia proposta para garantir a continuidade do cuidado, procurando promover articulação, conexão e encontros com os diferentes pontos de cuidado da rede, a partir da perspectiva da integralidade. A regionalização do sistema de saúde e a organização de linhas de cuidado são alternativas para a construção das redes. As linhas de cuidado que nos possibilitam entender as redes organizadas enquanto rizomas são iniciativas que pretendem superar a lógica fragmentadora do cuidado para avançar na garantia da integralidade, entendendo que a atenção primária à saúde é o componente organizador do processo de atenção na rede. Em 2010, o Ministério da Saúde lançou a portaria 4.279 que regulamenta o processo de implantação das redes de atenção à saúde que têm sido amplamente seguida com a estruturação das redes temáticas: Cegonha, Urgências e Emergências, Atenção Psicossocial, Oncologia e Atenção às pessoas deficientes. Essa política pretende implementar modelos de atenção que reforcem o processo de organização em redes e que possam ofertar serviços e ações adequados as necessidades de saúde da população de cada recorte territorial do país. Hoje estão sendo construídas as redes em diversos territórios na tentativa de reorganização do sistema com seu funcionamento articulado entre os diversos pontos de atenção, contudo, ainda é desafio presente no cotidiano do SUS, a integração e articulação entre as áreas para garantia do acesso e qualidade, com integralidade.