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Acolhendo Adolescentes na Atenção Primária
Resumo
Muito tem sido observado em todos os níveis de atenção da saúde brasileira sobre a inchaço das agendas de profissionais de saúde e da morosidade do atendimento nestas instituições. Como estratégia adotada para ir de encontro ao problema citado, a atenção primária do Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente – NESA, localizado na Policlínica Piquet Carneiro no Rio de Janeiro, adotou o “acolhimento”. De acordo com a Política Nacional de Humanização elaborada pelo Ministério da Saúde em 2008, O acolhimento é uma postura ética que implica na escuta do usuário em suas queixas, no reconhecimento do seu protagonismo no processo de saúde e adoecimento, e na responsabilização pela resolução, com ativação de redes de compartilhamento de saberes. Ainda diz ao acrescentar que acolher é um compromisso de resposta às necessidades dos cidadãos que procuram os serviços de saúde. Na prática, o serviço funcionou da seguinte maneira: todos os adolescentes que chegavam à unidade eram ouvidos por um profissional membro da equipe multidisciplinar, que tomava conhecimento da demanda do paciente, oferecia a ele um espaço onde o mesmo seria ouvido e o encaminhava ao especialista correspondente. Estes encaminhamentos em alguns casos já eram associados a alguns pedidos de exames para serem levados no atendimento recomendado. Em um mês de trabalho, observamos um grande resultado no que diz respeito a efetividade e melhora na velocidade dos atendimentos. Neste período, foram atendidos 89 adolecentes, sendo 58 do sexo masculino e 31 do sexo feminino, desses, 81 não exerciam atividades laborativas e 6 exerciam, além de não termos declaração a este respeito de 2 adolescentes. O perfil de adolescentes atendido foi bem diferenciado, e este trabalho contempla dados para um traçado melhor deste perfil. Dentre estes 89 adolescentes atendidos, tivemos uma gama de diferentes encaminhamentos, onde a maior demanda foi de questões ginecológicas, seguida de alterações comportamentais, necessidades de atestado médico para atividade física ou de trabalho e alguns casos de quadros agudos, deste universo, 6 foram encaminhados para atendimento médico imediato. No que tange aos encaminhamentos, 27 adolescentes foram encaminhados para consultas de clínica médica/hebiatria, 20 para consulta de enfermagem e outros para especialidades como psicologia, neurologia, dermatologia, serviço social e outros. Muitos deles também já sairam do acolhimento com exames solicitados como: exames de sangue, fezes urina, raio x e eletrocardiograma.