Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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ADESÃO À TERAPÊUTICA MEDICAMENTOSA EM PACIENTES DIABÉTICOS E HIPERTENSOS ATENDIDOS EM UMA UNIDADE SAÚDE DA FAMÍLIA.
Maria Angelina da Silva Medeiros, Juliene Lima Mesquita

Resumo


As intensas transformações demográficas, nutricionais e epidemiológicas, ocorridas no século passado, no Brasil e em todo mundo, modificaram as características das populações e determinaram um perfil de risco em que doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) como o diabetes e a hipertensão assumiram um estado crescente e preocupante. Em muitas das DCNT, o tratamento demanda, na maioria das vezes, o uso contínuo de medicamentos. Assim, para maior eficácia da terapêutica, é de extrema importância a adesão do paciente ao regime medicamentoso prescrito. No controle da Diabetes Mellitus (DM), a adesão à terapêutica medicamentosa é um grande desafio. A falta de adesão agrava a doença e afeta a qualidade de vida do paciente, constituindo um problema que ocasiona consequências pessoais, sociais e econômicas. Este trabalho objetivou avaliar o grau de adesão à terapia medicamentosa dos pacientes diabéticos e/ou hipertensos de uma Unidade de Saúde da Família localizada em Fortaleza, CE. Trata-se de um estudo em que os pacientes foram acompanhados em visitas domiciliares pelos alunos e pelo professor do estágio supervisionado em atenção farmacêutica. A coleta dos dados foi realizada em maio de 2011 e a pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Fortaleza. Foi utilizado um instrumento semi-estruturado para obtenção dos dados sóciodemográficos e do perfil farmacoterapêutico. Para avaliação da adesão, foi empregado teste Morisky-Green-Levine. A partir das análises dos dados dos 37 pacientes participantes do inquérito de saúde, observou-se que 94,6% (35) eram do gênero feminino. Sobre a faixa etária, foi identificado que 40,5% (15) eram idosos, considerando a idade superior a 60 anos. A idade variou entre 29 e 92 anos, com média de 56,24 ± 13,9 e 37,8% (14) dos participantes são casados. Com relação à escolaridade, a maioria apresentava nenhuma ou baixa escolaridade (2 a 6 anos), com cifras de 27,0% (10) e 29,7% (11) respectivamente, com média de 5,97 ± 4,62 anos de estudo. Renda familiar de 1-2 salários mínimos, 64,9% (24), predominou nessa população. Não realizavam atividade física, 64,9% (24) dos entrevistados. Quanto aos agravos, 78,4% (29) são hipertensos, 8,1% (3) são diabéticos e 13,5% (5) desses pacientes são diabéticos e hipertensos. Dislipidemia, osteoporose, anemia, artrose e labirintite foram as comorbidades associadas em 27% (10), 8,1% (3), 8,1% (3), 5,4% (2), 2,7% (1) e 2,7% (1) respectivamente. Dentre os pacientes hipertensos, em 55,9% (19) a pressão arterial aferida era menor ou igual 120 x 80 mmHg enquanto que em 44,1% (15) estava acima destes valores. Dos diabéticos, 28,6% (2) estavam com glicemia inferior a 126mg/dl, e 71,4% (5) acima destes valores. No estudo da adesão, 73,0% (27) dos pacientes apresentaram uma baixa adesão ao tratamento, com predominância do comportamento não intencional (esquecimento e descuido ao horário de tomar a medicação). Na atenção básica, são necessárias ações de saúde e intervenções para melhoria do grau de adesão do paciente à terapia farmacológica.