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Atividades educativas em saúde têm o potencial de integrar equipe de saúde e usuários aumentando o vínculo entre unidade de saúde e comunidade. Elas devem ser conduzidas de forma a estimular a participação, a reflexão e a crítica à realidade através da escuta de problemas e da troca de experiências. Nessas atividades os profissionais de saúde devem abordar temas segundo as necessidades dos indivíduos e as informações devem fluir sem imposição de idéias, a fim de facilitar o esclarecimento de dúvidas e aumentar a segurança do usuário na equipe de saúde de forma a favorecer a busca, em conjunto com a equipe multiprofissional, estratégias efetivas que o auxiliem a manejar sua saúde/ doença. As atividades em grupo possibilitam o diálogo, a reflexão, a troca de saberes e a co-responsabilização. A participação da família é fundamental no tratamento, pois o familiar é quem conhece a singularidade do portador. Programas educativos em saúde favorecem a adesão de pacientes ao tratamento, complementando a terapia medicamentosa. Entende-se por adesão o quanto o comportamento de uma pessoa (uso de medicamentos, mudança de hábitos de vida) está de acordo com as recomendações feitas pelo profissional de saúde. O baixo grau de adesão pode afetar negativamente a evolução clínica do paciente e a sua qualidade de vida, constituindo-se em problema relevante, que pode trazer consequências pessoais, sociais e econômicas. O objetivo deste relato é refletir sobre a adesão de usuários aos grupos educativos de hipertensão arterial e diabetes mellitus a partir da experiência de um grupo PET em um módulo do Programa médico de família de Niterói. Para tanto foi utilizada metodologia participante de caráter descritivo e exploratório. Optou-se por acompanhar e estudar a adesão entre grupos de hipertensos e diabéticos da unidade. O grupo PET se envolveu com os convites, a produção de material educativo e com as avaliações antropométricas e valores pressóricos. A partir do diagnóstico das necessidades do público-alvo optou-se por desenvolver com os grupos e equipe de saúde o tema da reeducação alimentar. Durante as atividades em grupo foi possível perceber disposição para a participação dos usuários, porém os grupos tiveram uma quantidade irregular de participantes tendendo a uma baixa adesão. Os principais fatores associados a essa baixa adesão foram: a) violência na comunidade, que dificultou tanto o transito da equipe na comunidade para divulgação das atividades, como a vinda dos usuários interessados ao módulo; b) falta de médicos: o módulo com capacidade para três equipes, estava atuando apenas com um médico em virtude da violência local. Tal fato gerou sobrecarga de atendimentos de demanda, o que impossibilitou a constituição de vínculo e levou ao afastamento do usuário que, sem suporte assistencial, perdeu o interesse nas atividades em grupo; c) estrutura do local: o local disponibilizado para as atividades tinha acesso por escada em curva que dificultava a locomoção de usuários idosos, a maioria da populaçào hipertensa e diabética adscrita ao módulo. Observou-se que na unidade de estudo, os fatores que mais influenciaram a baixa adesão aos grupos foram: dificuldades de acesso, falta de profissionais e inadequação de estrutura. Observou-se que no caso estudado, para que haja adesão será necessário empenho da gestão local na reorganização do serviço visando minimizar a dificuldade de acesso e o descrédito da população cadastrada.