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Partindo-se do pressuposto de que, no âmbito da saúde, a discussão sobre os condicionantes e determinantes sociais e os mecanismos de produção de iniquidades reorienta a agenda para além dos marcos desse setor, nenhum programa setorial é capaz de enfrentar, isoladamente, as múltiplas dimensões dos problemas sociais, nem de proporcionar uma atenção integral a essa rede intrincada de necessidades. Nesse sentido, o presente estudo relata a experiência do apoio matricial na Política de Saúde em João Pessoa, a qual vem avançando no processo de construção e ressignificação do cuidado em saúde, tendo por base a lógica de um apoio às equipes de saúde da família de maneira mais ampla e integrada que reoriente as ações por meio do estímulo a articulação de rede, através de propostas como: atuação em conjunto com organizações não governamentais, centro de referências, escolas, enfim, as mais diversas representações sociais presentes no território de abrangência, bem como de referência das equipes de saúde da família. Diante deste contexto este estudo tem por objetivo relatar a experiência do apoio matricial como participante, problematizador e incentivador no processo de estabelecimento e consolidação da rede intersetorial. Porém, compreendemos o limite de atuação do apoio matricial, já que o estabelecimento e manutenção da intersetorialidade no território está intimamente relacionado ao comprometimento dos equipamentos sociais e rede de saúde, demonstrando que o maior de todos os desafios refere-se a sua manutenção e co-responsabilização dos envolvidos. Salientando que, em especial as equipes de saúde da família, vem demonstrando, gradativamente, maior estímulo no cuidado integral ao usuário e reconhecimento da importância da intersetorialidade no enfrentamento das dificuldades, tendo como potencial incentivador e co-participante o apoio matricial.