Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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Avanços e desafios na implantação do Apoio Institucional em Sapucaia do Sul, RS
Débora Spalding Verdi, Bruna Lisboa Mendes, Dulce Maria Bedin, Karin Wünsche, Lúcia Gimenes Passero, Luciana Bisio Mattos, Luciene Junqueira, Nílson Maestri Carvalho, Maria Cristina Almeida, Mariana Silva Bauer

Resumo


Sapucaia do Sul, no Rio Grande do Sul, tem ganhado notoriedade na iniciativa de implantar o Al como modelo de gestão da Atenção Primária em Saúde. Neste contexto, os apoiadores institucionais são sanitaristas que oferecem retaguarda gerencial e buscam disparar a produção de espaços coletivos de decisão e de trocas, provocando a capacidade de análise e de intervenção da equipe apoiada nos processos que compõem seu trabalho. Neste modelo, conta-se com referências técnicas a partir de uma base territorial, substituindo as tradicionais divisões por núcleos ou programas. Os encontros entre apoiadores e equipes apoiadas se dão através de rodadas quinzenais, nas reuniões de equipe das unidades, quando se atualizam redes de pedidos e compromissos.No início, observou-se que os pedidos eram desencontrados, na medida em que as equipes se concentravam em solicitações de melhorias do espaço físico e de infraestrutura, enquanto os apoiadores convocavam à provocação do que se entendia sobre acesso, classificação de risco ou controle social. O Apoio teve de esperar. Viu-se que o atendimento às solicitações de melhorias foi imprescindível para o estabelecimento de vínculo e confiança.Atualmente alguns profissionais ainda se dirigem aos antigos coordenadores de programa e de núcleos ao invés de recorrerem aos apoiadores de referência. Observa-se, entretanto, que as demandas das equipes voltam-se mais para o AI e para a retaguarda das questões relacionadas à organização do trabalho (a exemplo do acolhimento, da organização da agenda para ações coletivas voltadas à promoção da saúde – o que conta principalmente com o apoio do Núcleo de Apoio à Saúde da Família) e à participação popular, significando maior reconhecimento da função do apoio.Por ser uma metodologia ainda recente e pouco experimentada ainda há bastante a se produzir em termos de ferramentas de trabalho, ainda que a vivência esteja evidenciando o quanto o apoio é facilitador no desenvolvimento de sujeitos e equipes mais “pensantes” e potentes. Desenvolver meios de organização do trabalho do apoio entre a “demanda espontânea” e ações planejadas, bem como de análise permanente para que o apoio não se torne tutelador são grandes desafios para a qualificação e fortalecimento deste modelo de gestão.