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Avanços e desafios na implantação do Apoio Institucional em Sapucaia do Sul, RS
Resumo
Sapucaia do Sul, no Rio Grande do Sul, tem ganhado notoriedade na iniciativa de implantar o Al como modelo de gestão da Atenção Primária em Saúde. Neste contexto, os apoiadores institucionais são sanitaristas que oferecem retaguarda gerencial e buscam disparar a produção de espaços coletivos de decisão e de trocas, provocando a capacidade de análise e de intervenção da equipe apoiada nos processos que compõem seu trabalho. Neste modelo, conta-se com referências técnicas a partir de uma base territorial, substituindo as tradicionais divisões por núcleos ou programas. Os encontros entre apoiadores e equipes apoiadas se dão através de rodadas quinzenais, nas reuniões de equipe das unidades, quando se atualizam redes de pedidos e compromissos.No início, observou-se que os pedidos eram desencontrados, na medida em que as equipes se concentravam em solicitações de melhorias do espaço físico e de infraestrutura, enquanto os apoiadores convocavam à provocação do que se entendia sobre acesso, classificação de risco ou controle social. O Apoio teve de esperar. Viu-se que o atendimento às solicitações de melhorias foi imprescindível para o estabelecimento de vínculo e confiança.Atualmente alguns profissionais ainda se dirigem aos antigos coordenadores de programa e de núcleos ao invés de recorrerem aos apoiadores de referência. Observa-se, entretanto, que as demandas das equipes voltam-se mais para o AI e para a retaguarda das questões relacionadas à organização do trabalho (a exemplo do acolhimento, da organização da agenda para ações coletivas voltadas à promoção da saúde – o que conta principalmente com o apoio do Núcleo de Apoio à Saúde da Família) e à participação popular, significando maior reconhecimento da função do apoio.Por ser uma metodologia ainda recente e pouco experimentada ainda há bastante a se produzir em termos de ferramentas de trabalho, ainda que a vivência esteja evidenciando o quanto o apoio é facilitador no desenvolvimento de sujeitos e equipes mais “pensantes” e potentes. Desenvolver meios de organização do trabalho do apoio entre a “demanda espontânea” e ações planejadas, bem como de análise permanente para que o apoio não se torne tutelador são grandes desafios para a qualificação e fortalecimento deste modelo de gestão.