Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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BREVE RELATO DE EXPERIÊNCIA DA ATUAÇÃO DA FISIOTERPIA DO NÚCLEO DE APOIO À SAÚDE DA FAMÍLIA – NASF/ESF NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO NA ÁREA DE PLANEJAMENTO 5.1 – CAP 5.1
Flavia Magalhaes Godois

Resumo


A equipe de fisioterapia do NASF da zona oeste do Rio de Janeiro identificou número significativo de portadores de sequelas por AVC que apresentavam cronificação do quadro, que estavam desmotivados, isolados da família e do meio social. Criamos o grupo “Reabilitar” em outubro de 2010 com os objetivos de educação, socialização, prevenção e reabilitação em três Unidades: Clínica da Família Olympia Esteves, CMS/ COHAB e Clínica da Família Fiorello Raymundo. Cada Unidade possui uma fisioterapeuta que coordena o trabalho uma vez por semana durante uma hora, com participações pontuais de diferentes profissionais do NASF. Os usuários são indicados ao grupo pelas ESF e, antes de ingressar, são submetidos a uma anamnese. Os objetos de trabalho são trazidos pelos participantes: balões de festa, para trabalhar a respiração, borrachas de pneus vazias para fazer alongamentos e resistência de membros, bambolês e cabos de vassouras para treinamento de marcha, coordenação e equilíbrio, e jogos para treino cognitivo. A socialização se dá através de conversas informais e discussão de temas educativos. Orienta-se o uso de órteses e o estímulo à realização de exercícios em casa. Nas intervenções pontuais foram realizadas dinâmicas de grupo com a psicóloga, que abordou o autoconhecimento, e com a nutricionista, que discutiu os mitos e verdades da alimentação saudável. A fonoaudióloga exercitou, pelo canto, a respiração e a voz e proporcionou noções sobre o aparelho fonador. A assistente social conscientizou o grupo a respeito do Estatuto do Idoso e do direito ao passe livre. Observamos melhora da coordenação motora global, equilíbrio e deambulação pela diminuição das queixas de quedas, o aprimoramento do uso de órteses e de calçados apropriados, e também do autocuidado, registrados nos dias de encontro. O incremento da força muscular nos que realizam os exercícios em domicílio, a melhora do padrão ventilatório, com ganho de qualidade de vida, da interação social no grupo, da linguagem, verificada através de comunicações verbais mais claras, e o aumento da informação sobre prevenção de diversos agravos e doenças. Durante os encontros os usuários apresentam-se motivados, uma vez que riem e se divertem bastante nos momentos informais, e que poucos se ausentam. Percebe-se que os portadores de sequelas por AVC precisam de oportunidades para trabalhar suas dificuldades. Recomenda-se a criação de espaços interdisciplinares e sociais para promover qualidade de vida para essas pessoas.