Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


Tamanho da fonte: 
O APOIO MATRICIAL EM SAÚDE MENTAL: INVESTIGAÇÃO SOBRE O ACOLHENDO E COORDENAÇÃO DAS DEMANDAS NAS EXPERIÊNCIAS DA RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL E DE MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE
Pedro Renan Santos Oliveira, Luis Fernando Farah de Tofoli, Mayrá Lobato Pequeno, Tatiana Monteiro Fiuza, Marco Ribeiro, Flavia Ribeiro

Resumo


A Reforma Psiquiátrica provoca mudanças nas Políticas Públicas de Saúde Mental(SM) no sentido de priorizar o atendimento comunitário ao paciente em detrimento da internação asilar. A Atenção Primária a Saúde (APS) ganha, assim, destaque como nível de atenção em que os cuidados em SM podem ser articulados. Segundo literatura, o Apoio Matricial (AM) em saúde objetiva assegurar apoio especializado a equipes e profissionais de saúde, e se define como retaguarda assistencial e suporte técnico-pedagógico às equipes de referência no cuidado, caracterizando-se assim como tecnologia de manejo assistencial e de rede para interface da APS e a SM. O objetivo desse trabalho é analisar a ferramenta do AM como apoio técnico-pedagógico e assistencial no processo de ensino-aprendizagem em serviço das residências multiprofissionais e de medicina de família e comunidade na experiência de Fortaleza/CE-Brasil, no âmbito da APS. A pesquisa, de abordagem de triangulação de métodos quanti-qualitativo, contou como técnica de coletas a leitura de registros, observação participante, e registro em diário de campo das atividades de matriciamento em um Centro de Saúde da Família (CSF), onde atuavam profissionais de saúde dos programas de Residências supracitados. Os sujeitos das pesquisas, residentes em processo de ensino-aprendizagem em serviço, tinham formação nas diversas áreas da saúde, dentre elas: medicina, psicologia, educação física, serviço social, fonoaudiologia e medicina veterinária. A unidade, cenário da pesquisa, contava com 5 equipes de saúde da família, um NASF e profissioanais de nível médio, como auxiliares e técnicos em enfermagem. Os resultados evidenciaram organização da demanda de Saúde Mental (SM) com ampliação da assistência técnica especializada (implementação de grupos, acolhimento em SM) e da detecção de casos em SM a partir dos diversos modos de acesso do usuário ao CSF. Durante 12 meses foram realizadas 29 sessões de AM, 166 visitas conjuntas multiprofissionais e 116 inter-consultas, além dos atendimentos individuais de cada profissão envolvida. A análise da experiência relatada vem mostrando a potências do AM no que se refere a reformulação de um novo fluxo de atenção as pessoas portadoras de sofrimentos psíquicos, responsabilização efetiva de equipes aos cuidados dos referidos usuários e, sobretudo, ferramenta produtora de acesso em saúde. Além disso, mostra-se também um forte método pedagógico assistencial para ensino em serviço.