Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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O SIAB como instrumento de planejamento das ações de saúde em uma USF
Lais Vilanova Tavares Vitoriano, Luciane Souza da Silva, Karina Araujo Pinto

Resumo


Trata-se de um relato de experiência acerca de oficinas realizadas a fim de estimular o uso dos relatórios do Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB) no planejamento das ações de saúde em uma Unidade de Saúde da Família (USF), localizada no município de Salvador/Ba, no ano de 2011. Promover uma cultura institucional em que os sujeitos regularmente reflitam sobre a finalidade de suas ações é uma forma de melhorar a qualidade e efetividade do trabalho. Na referida USF, é perceptível o planejamento das ações das equipes ao fazer suas rotinas de atendimento, atividades educativas e visitas domiciliares, contudo, para a organização dessas atividades não há utilização de instrumentos de informação acerca da situação de saúde da população. Nesse contexto, as alunas de graduação em enfermagem da Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia, juntamente com a professora da referida instituição, promoveram como estratégia de enfrentamento dos problemas encontrados sobre o SIAB duas oficinas. Foi agendado um encontro com as Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e outro com os demais profissionais. Na reunião com as ACS, discutimos um fluxograma contendo: coleta de dados – processamento - construção de indicadores - produção de informações. Elas afirmaram participar apenas da coleta de dados. Destaca-se o fato delas referirem fazer a coleta apenas com o intuito da unidade receber o recurso financeiro, não sabendo que esse relatório deveria subsidiar ações em saúde desenvolvidas na unidade. Informaram nunca terem tido acesso a esse relatório depois de consolidado e acharam interessante a possibilidade de ter reuniões de equipe para discutir e promover ações para os problemas identificados. Na reunião com os outros profissionais de saúde, mostramos o mesmo fluxo da oficina anterior e eles afirmaram que estão inseridos em todas as fases do fluxo. Um problema abordado diz respeito às áreas cadastradas que, no momento, estão sem ACS para o acompanhamento e atualização dos dados dessas micro-áreas. Além disso, há na comunidade uma grande área sem cobertura da USF, o que não impede o atendimento dos usuários na modalidade de demanda aberta, num regime ambulatorial e não de Estratégia de Saúde da Família. Dessa forma, iniciou-se a discussão sobre a importância da utilização dos dados do SIAB no planejamento das ações de saúde. Assim, como recomendação, salienta-se a necessidade de desenvolver estratégias para que o planejamento em saúde torne-se rotina nesta USF.