Rede Unida, 10º Congresso Internacional da Rede Unida


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O SISTEMA DE SAÚDE DE CUBA: UMA PERSPECTIVA DE ANÁLISE DE SISTEMAS COMPARADOS COM O BRASIL
Ana Lucilia da Silva Marques, Mayna Yaçanã Borges de Ávila, Natássia Denardin, Alessandra Xavier Bueno, Alcindo Antônio Ferla

Resumo


Introdução: Os sistemas de saúde atuais apresentam diversas semelhanças entre si, principalmente pelo fato de haver um gradativo aumento nas políticas sociais de inclusão, uma maior difusão dos avanços científicos e tecnológicos relacionados à saúde e uma crescente discussão acerca da visão de saúde e doença como objeto de trocas. Em contrapartida, diferenças entre tais sistemas podem ser verificadas no que se refere à organização dos serviços de saúde, ao acesso da população a esses serviços e ao seu desempenho. A análise comparada dos sistemas de saúde visa a identificar semelhanças, diferenças e relações existentes entre os sistemas presentes nos diversos países com o objetivo de melhor compreendê-los. Faz-se necessário, no entanto, diferenciar dois conceitos, o de sistemas de saúde, que é mais abrangente e refere-se à saúde no sentido ampliado, sendo resultado de uma complexa relação de fatores, e o de sistemas de serviços de saúde que diz respeito à organização dos serviços em si. Objetivo: Analisar de forma comparativa os sistemas de saúde cubano e brasileiro. Métodos: Foi feita uma revisão da literatura sobre o sistema de saúde cubano considerando os seguintes componentes para análise: a organização dos serviços de saúde, o acesso aos serviços e as condições de saúde da população. Resultados e Considerações: O sistema de saúde cubano é um resultado da ruptura abrupta com a condição neocolonial, agrícola e monoexportadora que existia até os anos 60, tendo sido influenciado por concepções marxistas e adotado princípios de saúde pública dos países do leste europeu, acrescido do conceito de internacionalismo, enquanto no Brasil tal condição foi rompida de forma mais atenuada e o sistema construído ao longo do tempo com base em relações trabalhistas e, mais recentemente, por meio de lutas de movimentos sociais. Ambos os países entendem saúde como sendo um direito de todos e um dever do Estado, mas Cuba apresenta um sistema público centralizado na figura do ministério da saúde, enquanto no Brasil o sistema é coordenado pelo ministério da saúde, mas a prestação de serviços é feita tanto pela esfera pública quanto pela privada. O entendimento das características gerais dos sistemas serve de base para que mais comparações possam ser feitas, não apenas no nível de sistemas, mas também em níveis mais específicos como os de organização dos serviços oferecidos por ambos os países e de indicadores de situação de saúde.